Eleição, o primeiro turno com o copo meio cheio. E o meio cheio de cólera
E aí, beleza?!
Alguns dias já se passaram do primeiro turno, muita gente já no modo segundo turno, e sigo confuso.
Tem o copo meio cheio, gente bacana se elegeu principalmente para deputados federais. Representantes de minorias, mulheres, travesti, negros, negras, e por aí vai. Aqui, em Mato Grosso do Sul, sério, acreditava em uma vantagem bem maior a favor dos super conservadores/demagogos/
E tem o copo meio cheio. De cólera. Praticamente todos os que passaram em algum ministério deste desgoverno, responsáveis por esse cenário deprimente atual, receberam o aval de boa parte dos brasileiros para seguir com a porradaria em todos os aspectos. Em nome de deus e da família. Deles.
Sem contar os pleitos para governadores...difícil. Obrigado, Nordeste!
Domingão, plantão de eleições, dia 3, parei de trabalhar por volta da meia noite. Mais triste e desanimado do que cansado.
Nas redes e na boca dos “especialistas” da tevê e canais por assinatura, a avaliação era um misto de derrota para quem terminou em primeiro, e justificativas desesperadas – acho até exageradas – em cima das intenções de voto. Intenção e certeza são tem significados diferentes, mas, deixa para lá.
Pesquisa nenhuma quantificaria exatamente o grau de sentimento de todos os lados. Fui dormir, sei lá, com vergonha.
Do dia seguinte para a frente, tempo de juntar os cacos, refletir com mais calma, sem a adrenalina do fim de semana. A abordagem derrotista favorece a quem? Mesmo com o calvário iniciado até o segundo turno, a diferença entre a democracia e o autoritarismo na eleição para o cargo mais importante do país foi de exatos 6.187.159 (seis milhões, cento e oitenta e sete mil, e cento e cinquenta e nove) votos. É muito.
Só como exemplo, separados, os votos válidos do Pará ou de Goiás não chegaram a isso. O Mato Grosso e o do Sul juntos computaram 3.349.877.
Por muito menos, 1,85 milhão de votos, o país deixou de acordar mais humano na segundona Do lado neandertal da coisa, precisaria de bem mais, uns 8 milhões. Neste sentido, o sentimento de terra arrasada tem de ser deixado de escanteio. Até o dia 30, teoricamente, o caminho é mais difícil para quem?
Entretanto, é inevitável o pessoal da campanha discutir, analisar, constatar o que errou. Nestes últimos dias, semanas, meses, e, principalmente, desde a última década. Olha, talvez você vai achar ruim, faz parte, mas viver do passado – tanto para enaltecer as coisas boas como para apontar os mesmos culpados – é insuficiente para sair com a vitória no fim deste mês.
Artista, gente famosa, intelectual, nome grande daqui ou de fora do país, manifestar apoio é super legal, e muito bem vindo. Porém, isso somente não resolve. Sei que, de repente, todo mundo pensa semelhante.
Entretanto, me passa a impressão de existir uma espécie de cidade alta e cidade baixa na mesma esquerda. Onde, muitos pobres, galera humilde, não se vê no discurso, nas ruas, no dia a dia. Tirar essa impressão mesmo que sem querer de falar de um pedestal. Se fazer entender.
Conhecido meu, viu o último debate e mandou essa: “eu não entendia o que o Lula falava”.
Sei, talvez eu não consiga explicar direito, e é isso mais ou menos que tem de mudar. Mais Brasil real.
Estou a ler um livro, falta uma quantia considerável de páginas, chama-se Antifa – O Manual do Antifacista, de Mark Bray. Uma hora eu falo mais sobre a obra. Sem entrar no mérito de procedimentos e tal, basicamente o britânico defende que é preciso preencher e acabar com os espaços dos supremacistas e cia.
Longe de pregar uma luta armada, a Europa é bem diferente daqui, até porque no Brasil as armas estão em grande parte com quem é ignorante em seu manuseio. O fato é, que passou da hora de tirar dessa gente a liderança da narrativa (queria tanto evitar de usar este termo, mas não deu). Bem como fazer eles passarem ridículo.
Pode ser que seja tarde demais…
No geral, o brasileiro caminha para o endurecimento. Não só de ficar sem grana. Pior. No trato do dia a dia, nos costumes e tal. Assisti ao Pedro Doria, no canal do Meio, em que para ele, o fascismo invisível toma o país aos poucos. Bem interessante.
Como disse mais ou menos José Trajano, na última terça-feira, no Cartão Vermelho, “meu vizinho pode ser um fascista e eu não sei”.
Uma parte ainda acredita. Outra, desacredita. Neste embaraço de pensamentos e sentimentos, esforço para seguir com a primeira. Brasil, me ajuda a te ajudar.
É isso.
Links de coisas citadas acima
- Para quem quiser conferir detalhes dos resultados das Eleições - Site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
https://www.tse.jus.br/
- Quantos votos faltaram pra Lula ganhar no primeiro turno? E Bolsonaro?
- O fascismo se apresenta | Ponto de Partida - https://youtu.be/YREBJguyRWo
- Cartão Vermelho - https://youtu.be/K3QPW0vNg_Y
Então...
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Brigadão
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