Piedade. É a dica

 

Fernanda Montenegro, Matheus Nachtergaele, Irandhir Santos, Cauã Reymond… A dica da vez tem esse povo. Tem trilha sonora assinada por Jorge Du Peixe – do Nação Zumbi, música do Lirinha (do Cordel do Fogo Encantado). E, direção de Cláudio Assis.


Piedade. Só vi o filme no fim do ano passado, eu acho. Ou começo deste ano. Foi antes do Carnaval - o de fevereiro. Ia passar em um canal por assinatura -sério, não lembro qual – e vi lá esse povo todo nas informações e resolvi gravar. Muito bom.


Longe de ser um desperdício de talentos. Além da lenda muito viva Fernanda Montenegro (dá para cravar como a maior atriz brasileira de todos os tempos), os demais citados no começo do texto estão bem também.


Bora lá, se você não assistiu, o filme gira em torno da ficcional Piedade, uma pequena cidade que vira alvo de interesse de uma petroleira, a Petrogreen. Especificamente em uma região onde mora um povoado de pescadores e tal, aonde encontra-se o bar Paraíso do Mar, na praia da Saudade. 

O local é tocado faz anos por Dona Carminha (Montenegro), com seu filho mais velho Omar Shariff. Este interpretado por Irandhir Santos, que dá show. Parênteses: Fernanda é hour concour, ok?! Liga não se eu pouco tocar no nome dela.


Omar e o pessoal que está com ele tenta resistir aos interesses da tal empresa que designa o executivo paulista Aurélio (Nachtergaele) para convencer os nativos a negociar suas terras. Este tipo de “abordagem” a moradores de áreas cobiçadas por empresas de minério e tal é osso. Os grandes interessados são uma espécie resistente, e o não inicial parece só atiçar mais a briga para arrancar o sim.


Só por aí o longa de aproximadamente hora e meia já valeria uma olhada. Ou, não. É que, meu, no comando desta gente talentosa da peste tem Cláudio Assis e companhia. Seu primeiro longa, Amarelo Manga, é uma das coisas bem bacanas feitas pelo cinema brasileiro nestes anos 2000. 

Saudade do festival de cinema que rolava aqui em Campo Grande-MS. Cinecultura foi um sopro de arte. Quem sabe, a partir de 2023 a coisa volta a ganhar forma, né?!


Volto à obra em cartaz, Cláudio Assis usa este elenco para o que faz muito bem: prensar na parede a sorte dos conflitos, da natureza humana. Como miséria pouca é bobagem, em Piedade, a resiliência em ficar na terra natal traz a tona gatilhos na família de Carminha.


Por meio de Aurélio, é descoberto uma conexão com o dono de um cinema pornô. Que é Sandro, e daí, Cauã Reymond entra em cena para meio que tirar a imagem de ser apenas um rostinho (e tudo o mais) bonito na televisão. Ou seja, mais um foco de tensão que a produção premiada pelo júri do Festival de Cinema de Brasília, de 2019.


"Hoje acordei com a grata surpresa de que fui premiado como melhor ator coadjuvante 2019 pelo Prêmio Candango, um dos mais importantes do país, pelo filme “Piedade”, de Cláudio Assis."

"Um filme lindo, sensível, com questões atuais e urgentes, o qual eu tenho muito orgulho de fazer parte. Obrigado @festbrasilia feliz demais com esse reconhecimento 🙌🏼 assistam!".

Quem escreveu isto foi Cauã na época.


Então, se você é daqueles que passam longe de filme nacional, acho que é melhor ficar desse jeito.

Caso contrário e ainda não viu Piedade, vá lá. Parece que tem no Google Play, na Apple TV, e no YouTube.


É isso, abraço, se cuide.


Qualquer coisa, comente aí ou se preferir, pode trocar ideias pelas redes ou por e-mail drugstorekisho@gmail.com


Segue o teaser



Ah, se puder apoiar, agradeço desde já.



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Não tenho brindes, mas posso ao menos te agradecer por aqui no próximo texto. E, se quiser, te menciono nas redes. Ou te mando os próximos post por e-mail.
Quem sabe, mais para frente, role alguma coisa. Aceito sugestões.


Valeu!

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