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A mostrar mensagens de janeiro, 2021

Se você acha que está ruim, na verdade está pior

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  Lembrei de uma história de um jornalista famoso, não vou dizer o nome pois vai que eu erro, que então editor-chefe, revelou que no começo do dia falava com sua equipe: “olha isso é uma coisa boa, vamos dar isso na edição”. Porém, com o passar das horas a quantidade de notícias tristemente importantes invadia a pauta e os assuntos “positivos” perdiam o espaço, o que gerava certo desalento. Porém, como dizem, jornalismo é noticiar o que não querem que seja explicitado. O resto é assessoria. Talvez seja rígida demais essa régua. Um pouco de luz, uma reportagem para cima, motivadora, até que não faria mal, talvez... Entretanto, sem exagero, está quase impossível você manter o bom humor durante umas horas, que seja. Sei lá, você até tenta, acorda com esperança de que será legal. Menos pesado, mesmo nesta pandemia que nos fecha. “Vamos lá, vai dar tudo certo”. Até a hora de quem deveria cuidar das milhões de pessoas deste país, que também é o seu, abre a boca. Ou, usa a caneta. E, pa

A endemia ‘levar vantagem em tudo’ reaparece com força

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Hoje em dia é muito difícil se ufanar em terras tupiniquins. Muito, mesmo. Já afanar...reapareceu com força neste janeiro de 2021. A alegria quase que forçada com a vinda das primeiras doses anti-Covid – sim, a coisa tá tão drama que até sem querer muita gente se esforça para parecer feliz e “esquece” que somos top-2 no número de mortes do mundo – contrasta com a realidade. A primeira é a de que ainda falta muito para uma campanha para valer. Desde insumos até imunizantes comprados. Depois de passar vergonha, movido à sua tradicional vazia verborragia, o governo federal teve de se ajoelhar para, vejam só, chineses. E, indianos. Pergunto porque não ofereceu um escambo: cloroquina-tratamento precoce por umas cem doses. Ou, sei lá, promoção, leva cloroquina/ivermectina por um frasco de Coronavac. Acho que ficou longe de ser um negócio da China. Seja como for, desde o dia da primeira vacinada, a enfermeira merecidamente em São Paulo, no dia 17 (irônica coincidência a data, não?!), pensei

Aquela hora que você puxa o ar e ele não vem

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Manaus tem aproximadamente 2,2 milhões de habitantes. E este vai ser um dos poucos números que citarei neste humilde texto. Cansado de ouvir estatísticas. Nesta quinta-feira (14), uma das cidades certamente com potencial de ser das melhores do país – a imagem aí é do Teatro Amazonas, que já recebeu gente do quilate de Jack White e, dizem, motivou Luciano Pavarotti a fazer uma visita relâmpago - quiçá do mundo, virou notícia. Não pelo desmatamento, queimadas, estes já manjados por tudo quanto é cálculo. Faltam tubos de oxigênio nos hospitais para atender pacientes com Covid-19. Desculpe o trocadilho, mas Amazonas virou Umazona. Anunciada. “Acabou o oxigênio e os hospitais viraram câmaras de asfixia”, diz o pesquisador Jesem Orellana. “Os pacientes que conseguirem sobreviver, além de tudo, devem ficar com sequelas cerebrais permanentes.” - Trecho retirado desse link:  https://jornaldebrasilia.com.br/brasil/oxigenio-acaba-em-hospitais-de-manaus-sob-explosao-de-casos-de-covid-1

Mais de 400 médicos mortos por COVID no Brasil. E aí, doutor?

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A morte de médicos na linha de frente da COVID vai além da tristeza pela perda. O não-posicionamento da classe, que tem muito peso na sociedade, perante a falta de organização dos governos - principalmente a federal – é tão triste quanto.  Ainda no fim do ano de 2020, ouvi de um conhecido que tem amigos médicos que não levavam  a sério a pandemia. “Ele (o médico) é meu amigo e disse: eu quero pegar essa COVID. Tô louco para pegar, mas não consigo, Falou o doutor”, quase em tom de brincadeira, ironia. Não aguentei e respondi: Diga a esse seu amigo falar isso para cada uma das famílias dos cinco médicos que morreram (naquela época) em Campo Grande.Fui deselegante, reconheço, mas tem hora que não dá.  No começo do surgimento dos casos, no primeiro semestre de 2020, gente que conheço, que foi infectado e que trabalha na rede pública de saúde da capital sul-mato-grossense enfatizou que era uma “gripinha”. “Dá nada não, Kishô!”. Torço muito para que tenham mudado de opinião. E, mais ainda pa

Show de horror no Congresso dos EUA. É um esquenta para Brasil 2023?

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Quando a nação que se orgulha de se considerar a maior democracia do mundo passa o que passou nesta quarta-feira, dia 6 de janeiro de 2021, é explícito que as coisas estão feias. Muito. Infelizmente não pode ser surpresa. Movido por um presidente que mais parece aquela criança que não aceita perder, aliado a uma poderosa rede de desinformação e milhares que levam supremacista-racista-fascista a sério detonaram uma cicatriz gigante em Washington. Por sorte, no Capitólio, a democracia balançou, mas não capitulou. Stephen Levitsky, autor do livro Como as Democracias Morrem (ainda vou ler), diz que o autogolpe Trumpista fracassou por não ter tido apoio militar. Opinião de peso. Do lado de cá, os sem-noção torceram para que desse certo a invasão ao congresso estadunidense, e nem deram bola para os quatro mortos. Para estes, Vidas de Quem Quer Que Seja Não Importam. Preferiram ver o copo de ódio meio cheio. Imaginam em suas mentes, ainda em silêncio ou já nem tanto, como trazer o know-how