Estrutura (?) dos times preocupa infectologista na volta do futebol em MS

 


Em 14 de março, foram confirmados os dois primeiros casos do novo coronavírus em Mato Grosso do Sul. Quatro dias depois eram seis, e a decisão de que o Campeonato Sul-Mato-Grossense de Futebol seria suspenso. Agora, quase seis meses depois e pelo menos 51 mil casos e mil mortes a rondar o Estado, federação e clubes definiram a retomada da disputa para 28 de novembro.

Até a bola voltar a rolar na data programada – a se manter a “tradição” do futebol local a tabela tem boas chances de mudar – são aproximadamente 80 dias. Questionado se é a favor da volta dos jogos em campos do Mato Grosso do Sul na data definida em reunião nesta semana, a preocupação do médico-infectologista Rodrigo Nascimento Coelho vai além do protocolo de segurança que teoricamente a federação e os clubes pretendem adotar.

Por telefone, na manhã de quinta-feira (3), afirmou que um dos receios na volta do futebol sul-mato-grossense é quanto a estrutura dos participantes. Argumenta que as dificuldades financeiras pelas quais passam os times é um fator a mais que pode ir contra a retomada do torneio.

Longe de ser elite, a federação e os clubes do Estado estacionaram na Série D, a quarta e última divisão do Brasileiro. Um alento para os donos das equipes é a de que pelo menos despesas como viagem e hospedagem são custeadas com o dinheiro público por meio de convênio firmado todo ano com o governo estadual. Mas, sabidamente não é o suficiente.

O alento é que dos oito sobreviventes no torneio, apenas a metade fará mais do que dois jogos, pois a competição parou na fase quartas de final. Os confrontos são: Corumbaense x Aquidauanense, Comercial x Operário, Maracaju x Águia Negra, e Costa Rica x Chapadão. Na sequência, acontecem as partidas de ida e volta das semifinais e as das finais.

Rodrigo Coelho reafirma os cuidados a serem tomados pelas equipes e quem as acompanha. Pede que todos os atletas e integrantes da comissão técnica sejam submetidos aos testes PCR, aquele do cotonete, e recomenda que em caso de diagnóstico positivo, o jogador fique imediatamente em isolamento – pelo menos 14 dias -, o que acarretará em desfalque no elenco. “Será que os times daqui (de MS) terão jogadores suficientes?”, questiona o infectologista e amante do esporte.

 “De jeito nenhum”, responde infectologista sobre jogo com torcida este ano

A falta de receita que viria por meio dos torcedores, principalmente aos times do interior, é outro ponto lamentado pelo infectologista que atua em clínica e hospitais de Campo Grande. Para ele, sem público, o clube perde ainda mais a chance de fazer receita para seguir na disputa do campeonato.

Torcedor do Vasco, Rodrigo também é enfático sobre uma possível abertura dos portões aos amigos e familiares dos jogadores e simpatizantes das equipes. “De jeito nenhum”. Alega que, mesmo em caso de descoberta da vacina, a mesma só entrará em campo para valer provavelmente no ano que vem.

Mesmo as datas de retorno aos treinos projetado somente para o mês que vem, o médico explica que o novo coronavírus indica ter ritmos diferentes de disseminação. “Tem lugares que ele (o vírus) ainda nem chegou. Mas, ele vai chegar”, afirma.

É neste cenário que os oito times que restam no Estadual 2021 juntarão os jogadores para terminar o torneio cuja final está prevista para 20 de dezembro. Antes da reunião de quarta-feira (2), alguns dirigentes se manifestaram que a disputa pudesse avançar o começo de 2021.

Porém, houve divergência entre os cartolas. Outro ponto que pesou foi a de que caso o Estadual 2020 não terminasse este ano, parte da verba empenhada por meio da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) para apoio aos times – via FFMS – voltaria para os cofres do governo. Esta ajuda é vital para o hoje futebol semi-profissional sul-mato-grossense.

A insistência em comemorar a ‘estabilidade’ nada baixa dos casos

Cidades como Campo Grande encontram-se no epicentro da COVID-19. E, este mês, a população sul-mato-grossense fatalmente entrará na casa das mil mortes. Só na capital, são pelo menos 378 vidas perdidas.

Fora do campo esportivo, mas dentro daquilo que o influencia, autoridades buscam ver o copo meio cheio ao dizerem que o estado atingiu a estabilidade. Porém, especialistas com base na ciência alertam que a plataforma “estável” é alta e alertam para o possível ambiente de que “o pior já passou”. Até a quinta-feira, a letalidade em MS era de 1,8% - quando o aceitável seria menos de 1%. Tire suas próprias conclusões.

Rodrigo Nascimento Coelho endossa o coro de que é preciso manter as medidas de segurança. Afirma que só assim a rede hospitalar vai conseguir um desafogo. Há pelo menos um mês, a região de Campo Grande convive com média de 70% da ocupação de leitos. A tragédia da falta deUTIs só não ocorreu devido à aquisição de leitos da rede privada por parte dos poderes públicos.

E aí, vale a pena? O que é que você me diz?

Abraço e se cuide

Estes links deram uma força:

- Campo Grande tem os dois primeiros casos confirmados de coronavírus em MS

https://www.midiamax.com.br/cotidiano/2020/campo-grande-tem-os-dois-primeiros-casos-confirmados-de-coronavirus-em-ms

- Casos de coronavírus no Brasil em 18 de março

https://tribunahoje.com/noticias/brasil/2020/03/18/casos-de-coronavirus-no-brasil-em-18-de-marco/

- Boletim Coronavírus do Governo de MS de 03 de setembro de 2020

https://www.vs.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/2020/09/Boletim-Epidemiologico-COVID-19-2020.09.03.pdf


Para desopilar


(Quase) todo dia também rola algo nas nossas filiais redes sociais (atalhos aí do lado esquerdo). Além da Playlist do Kishô no Spotify – sempre com músicas novas mas nem tão novas assim. 


- Homenagem by MS para Neil Young, alerta feito pelo amigo Marcelo Rezende, no baixo, junto com Ernani Junior na bateria, Jean Stringheta, guitarra e voz, a Leca Harper, também no vocal, e mixagem de Adilson Fernandes. 
É o Encontros de Quarentena. Ainda de quebra rola um apoio para o Projeto Tatu Canastra

Fica a dica




- Emicida no Roda Viva – Pois é, só vi agora. Olha, é melhor que muita palestra, aula de motivação. Sem coitadismo e com muito conhecimento e dignidade, mostra porque é um dos principais nomes da cultura brasileira preto, branca, colorida, prisma. Vale a pena





Fui!

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