Maradona virou deus porque foi muito humano

 

A primeira lembrança mais forte que tenho de Dom Diego é 1986. Copa do Mundo do México, eu então com oito anos. O mesmo mundial em que rezei para a seleção brasileira na hora dos pênaltis com a França. Me deliciei a ver o camisa dez a desfilar naquele torneio que terminou em um passe magistral para que a Argentina derrotasse com gol de Burruchaga a Alemanha na final.

Quatro anos depois, deu o gol para que o Caniggia eliminasse o Brasil na Itália. Cá para nós, a equipe canarinho era muito mal treinada por Lazaroni. Então, sem ressentimentos da minha parte. E, pensar que hoje em dia, a seleção da CBF, de Tite e companhia parece ser muito mais um fardo. Conversa para outra hora.

Confesso, teve época em que achei o craque nascido em Lanús uma mala. De mal com a vida, mau perdedor talvez. Antes, me fez gostar de futebol italiano sobretudo o Napoli. Onde teve como parceiro outro craque de bola: Careca.

Quando encerrou a carreira de jogador, comecei a entender a admiração quase autofágica dos portenhos – que parecem não ter vergonha de se emocionarem pelos seus - por Dieguito. Diferente de Pelé, El Pibe de Oro não se rogava de santo apesar de ser considerado deus por muitos. Era humano. Demais. Com tudo que é defeito e qualidade. Sempre perdoa e sempre perdoado.

Dependência química, posicionamento político, até tiro de espingarda contra jornalista. Pero, sempre autêntico. Um cara do mundo. Mesmo com a rivalidade que os brasileiros nutrem pelos portenhos, o cracaço de 446 gols e quatro copas – um título e um vice – falava com desenvoltura quem foi seu ídolo no esporte mais popular do mundo: Rivelino.

Comprou briga com Havelange, Blatter, Platini, Beckenbauer, Fifa, Uefa, e por aí vai. Trump incluso. Era fã de Fidel Castro. Polêmico.

Muitos questionarão porque tamanha reverência diante de um “drogado, cheirador”, para ficar entre coisas leves rotuladas que grudaram nele tal qual patrulhas do politicamente correto – direita ou esquerda - farejam quem saia da linha. Deles.

O mundo anda complicado. Entretanto, que bom que achem espaço para o reconhecimento desta figura. Não que ele fizesse questão. Diego Armando Maradona viveu de tudo. Um pouco. Muito. Eterno.

Muchas gracias, Dom.

Peguei muita coisa daqui – https://pt.wikipedia.org/wiki/Diego_Maradona#Títulos

Dicas para (não) desopilar

- E a guavira parece fadada a ser lembrada só em música da Helena Meirelles. Em Mato Grosso do Sul, ao que tudo indica, galera do agro é pop mas nem tanto não faz questão de manter a tradição da típica fruta típica. Dá um confere nessa matéria da Tainá Jara.

“Mato some com o avanço da agricultura e junto vão as guaviras de MS”

https://www.campograndenews.com.br/meio-ambiente/mato-some-com-o-avanco-da-agricultura-e-junto-vao-as-guaviras-de-ms

- Tire dez minutos para rir com o Choro dos Perdedores. Sei, eu não vou para o céu. Mas, essa compilação de algumas figuras, principalmente de Minas Gerais, retrata muito bem o que deve ter acontecido Brasil afora com os candidatos a vereadores campeões de votos. Só que nãão.


Menção honrosa

- Arte do Quinho Cartum para um caso – que ilustra outros tantos diários nesse mercado brasileiro de vidas pretas. Ao supermercado em questão, uma saída à francesa vexaminosa.



Menção nada honrosa

- Milhares de testes guardados embaixo do “travesseiro” do governo federal enquanto o ramo privado faz a festa com o desespero de quem precisa saber se está coronado. Enquanto isso, experiência própria, postos de saúde se desdobram para não dizer o óbvio: tá tudo lotado, e não temos testes suficiente. Tristíssimo.

"Por prazo de validade, governo pode jogar fora milhões de testes"

https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/11/22/jornal-por-prazo-de-validade-governo-pode-jogar-fora-milhoes-de-testes.htm


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