Isso aqui tá pior do que o Bloco do Eu Sozinho

 

Olha, eu gosto de Carnaval. Minha filhota gosta mais. A patroa aqui de casa mais ainda. Meu filho, não.

Nos últimos dez, dezesseis anos, viajamos, levamos banho de espuma em clube, curti na rua com uma breja na mão, até em bar de rock pulamos.

Aqui em Campão rolava uns Carnarock. Uma vez, no extinto Barfly, assisti a inesquecível apresentação do Sistema Feudal. Os garotos mandavam vários covers porrada, e o que ficou até hoje na memória foi mesmo a genial ideia do trocadilho com o System of a Down. Demais.

Mas, meu, neste 2021 estão carnavalizando demais. No sentido menos folia da história. Aumentar horário de funcionamento de bares, abrir salão até certa hora da noite, incentivar pessoal a viajar como se o pior já passou. Ah, mas tudo sob o tal “protocolo de biossegurança”. Cara, essas tais medidas de segurança estão a serem “respeitadas” desde o começo da pandemia. E, só se incorporar a fantasia de palhaço para não ver a serpentina que a curva de casos e mortes traçou no imenso salão brasileiro da COVID.

Olha, concordo em achar que live de marchinha, escola de samba, bloco estará longe de ter nota dez no quesito “é a mesma coisa”. Porém, é o que tem para estes dias 12, 13, 14, 15, 16 e por aí vai. Curtir em casa, ou no máximo, com alguns poucos foliões do seu já limitado círculo anti-pandêmico. Se pá, vai rolar aquele famoso trenzinho só que com sérias restrições para caber no trilho da sua sala, varanda, ou garagem, o que for. Largue a mão de tirar a máscara e querer ir de arrastão fora de casa.

O Grêmio Nada Recreativo Coronavírus vem para a avenida com novidades. Novas variantes. Quer viralizar geral. Lotar hospitais não de gente para tomar uma glicose, e sim para entupir UTIs.

A pressão é muita, quem devia dar exemplo está longe de ajudar. Atrapalha. Manda os empregados trabalhar, pobre na labuta enquanto rico fica de frozô, fura fila sempre e agora não é diferente. Assisti de camarote. Dá vergonha. Agonia. Um monte de sentimento.

E, pensar que nem tanto tempo assim, tivemos um bizarro vídeo de golden shower. 

Prefiro lembrar a lindeza dos temas das verdadeiras escolas em 2020: Mangueira, Portela, e por aí vai.

Seja maior que isso. Só por este ano, curta com moderação. Uma hora, vai dar samba.


Dicas para (não) desopilar


- Minha vida de Abobrinha

Animação franco-suíça de 2015, dirigido por Claude Barras. Conta a história de um menino que acidentalmente matou a mãe e foi parar num orfanato. Lá, conhece mais crianças e por aí vai. É um drama, sim, com pitadas de comédia, e com diálogos e situações interessantes. Assista antes de tirar suas próprias conclusões. Vi no canal Megapix. Mas, deve ter por aí.



Podcast O Assunto

Da Renata Lo Prete. Episódio fala sobre Ser escravo doméstico no século 21. A jornalista fala com Alexandre Lyra, auditor fiscal do trabalho que participou de uma operação de resgate, no Rio de Janeiro, e com a psicóloga Yasmim França, que integra um projeto desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho em parceria com a Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro. Tocante.

Clica aí 

https://g1.globo.com/podcast/o-assunto/noticia/2021/02/08/o-assunto-385-ser-escravo-domestico-no-seculo-21.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1


- Apesar de seu governo catastrófico, Bolsonaro está mais forte que no início do mandato

Saiu na Folha de S. Paulo, escrito por Luis Felipe Miguel, professor de Ciência Política da UNB. É do dia 3 deste mês, e fala sobre como o presida “navega com competência nas águas poluídas da alta política”

Vou deixar o link, espero que consiga ler porque vale a pena

https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2021/02/apesar-de-seu-governo-catastrofico-bolsonaro-esta-mais-forte-que-no-inicio-do-mandato.shtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=comptw


É isso, já deu, enquanto escuto a playlist Resumido Tracks, no Spotify. Espero que tenham gostado.
Qualquer coisa, curte, compartilhe, diga o que achou. 

E, se quiser apoiar de alguma forma o Drugstore Kishô, agradeço.
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Abraço e siga com cuidado. Máscara, onegai shimasu.

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