A pandemia dos que negam ter errado e dobram a aposta no caos
Tiozinho entra sei lá como em rádio FM, defende o indefensável. Gente morre. E, nada acontece. Em um ano era como se a população inteira de Várzea Grande – algo em torno de 265 mil pessoas - ali do lado de Cuiabá, no Mato Grosso, fosse varrida do mapa. Ou, Dourados, principal cidade de Mato Grosso...do Sul, depois de Campo Grande, com suas 220 mil almas fossem exterminadas.
Araraquara, no rico interior paulista, com seus aproximados 240 mil moradores, resolveu fechar tudo por um tempo. Para ver se dá um tempo e sair da UTI. Parece que começou a dar resultado. Que bom.
Aqui, na Cidade Morena, pessoal do contra deu um jeito de em plena quinta-feira, de manhã, juntar trocentos carros – achei que era feirão de veículos, mas lembrei que as garagens era uma das poucas coisas que realmente não podem abrir neste lockdown à brasileira – em protesto. Tanto carrão...
O local escolhido? Região nobre, entre dois hospitais. E, dá-lhe barulho, megafone. Sei lá quem está mais doente, eles ou os enfermos a menos de um quilômetro da balbúrdia.
Se você não está em Campo Grande, ou em Mato Grosso do Sul, sei que a situação deve estar no mínimo, parecida. Meus pais receberam a primeira dose da vacina. Se der certo, a mãe da minha patroa será a próxima ainda neste mês. Lógico, dá até uma animada. Porém, é difícil ficar alegre por muito tempo. As notícias, as consequências, do desgoverno, de seus apoiadores, dos milhares fardados em cargo de comando destinado a civis. Fracasso essa intervenção literalmente militar.
Confesso, esta semana rolou coisas que me deixaram até otimista, um pouco. A suspeição do Moro pelo STF (deixo claro, eu defendo o Lula mas não apoio o Lula, se você não entende, foi mal), um podcast em que gente muito inteligente, ensino superior, enxerga chance de derretimento negacionista entre presidentes populistas, e agora a vacina Butanvac. 100% nacional (não, não esqueci do BolsoDória, como no caso do Lula, se você não entende, foi mal again).
Há que ter Perserverance, como a Nasa tem, com um toque de Ingenuity e, assim, quem sabe, chegar em Marte. Enquanto isso, nosso astronauta é mais famoso por ser garoto-propaganda de travesseiro N.A.S.A. Agora, o Marcos, quer fazer Pontes e surfar no êxito do Butantan. Governo vive no mundo da Lua.
É isso, senhora, senhor. Obrigado por chegar aqui e seguir comigo, nesta bolha. Sei, temos que perdoar e ser perdoados, seja de direita, centro, esquerda, ou tudo junto. Vai ser o único jeito, ou ano que vem, iremos ver cidas, quinas, náticos, chistas, scistas, tares arrotarem por mais quatro anos: “você não é um dos nossos, tá preso, babaca”.
Ah, alguns links sobre a receita acima
Bolsonaro defende nebulização da hidroxicloroquina para tratar Covid
Três morrem no RS após receber nebulização de cloroquina; MP investiga médica
Um mês após confinamento, Araraquara registra redução de 39% no número de mortes e de 57,5% dos casos de Covid-19. Medida que durou 10 dias também aliviou a ocupação dos leitos de UTI, que não têm lista de espera há 13 dias.
Não é justo com a população, diz infectologista sobre carreata contra restrições em MS. Especialista acredita que medidas rigorosas são essenciais para frear avanço da doença em MS
Vídeo que mostra o “papel” dos militares no governo Bolsonaro viraliza nas redes
Nasa vai tentar primeiro voo motorizado em outro planeta em abril
E o N.A.S.A do glorioso astronauta-garoto propaganda
Dicas para (não) desopilar
- Pô, achei que ficou bacana o tuíte. Se interessar clica aí na legenda para escutar. Muito bom, bom mesmo
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- Quem tem pelo menos uns 35 de idade, deve lembrar do Bomb The Bass, principalmente por causa dessa música
- E eu pensei que este músico e produtor inglês de nome Tim Simenon já tava de boa, só a desfrutar dos sucessos da década de 80. Eis que esta semana tropecei no álbum In The Sun, de 2013. Escuta aí, bem de boa
- Do El País Brasil, Jamil Chade entrevistou um, “Artista perseguido pelo Governo chinês teve seu filme exibido no Festival de Cinema de Direitos Humanos de Genebra depois de ser ignorado por grandes plataformas de streaming como Netflix e Amazon. Para ele, um sinal de como o Ocidente foi derrotado pelo gigante asiático”. Imperdível. Dá um confere lá
- “Direita e esquerda têm de se perdoar I Ponto de Partida” - É um pouco sobre o que pincelei lá no fim do meu texto. “PT e PSDB travaram uma trégua, um pacto de não agressão. Seus governadores têm um problema grande nas mãos e ficar discutindo o passado só atrapalha. Custa vida. Enquanto isso, nas redes, a violenta guerra entre militâncias continua. Precisaremos ter paz, um acordo para o futuro. Porque, na pancadaria, com metade do país odiando a outra metade, nenhum governo futuro será viável.”
Esse é a visão de Pedro Doria. Rende uma boa discussão, né?! Veja aí e se der me fale o que não achou.
É isso, alas, desabafo, dicas, e outras coisas que você deve ter visto e rola dar uma refrescada.
A playlist enquanto desenrolava as ideias foi Pink Floyd, de 1975, e The Dark Side of theMoon, de 1973. Clássicos
Espero que tenham gostado pelo menos de alguma coisa.
Qualquer coisa, curte, compartilhe, diga o que achou. Dá um trampo danado fazer esta bagaça, mas o Drugstore Kishô tem de cumprir o papel de dar um alivio para este que escreve, ou receitas para e contra dor de cabeça.
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