Há um ano, todo dia no Covidistão parece igual. Podia ser filme, mas...não

 

Você já assistiu o filme Dia da Marmota? Ops, em português foi intitulado Feitiço do Tempo. Em inglês, Groundhog Day. Dirigido por Harold Ramis, com Bill Murray e Andie MacDowell, de 1993.

E O Show de Truman? Este, com certeza, né de Peter Weir, uma das melhores atuações de Jim Carrey, de 1998.

E O Ovo da Serpente? De 1977, tudo bem, muitos dizem que é dos piores do diretor Ingmar Bergman, porém, fazer o quê, gosto muito. Talvez porque seja hollywoodiano. Tem a icônica Liv Ullmann e o popularzão David Carradine.

Sei lá, parece nada a ver citar três filmes com temáticas meio diferentes, a do Ovo da Serpente então…Entretanto, na minha humildade de ser um mero fã de cinema e estar a léguas e léguas de ser um estudioso da sétima arte, há sim, uma conexão.

Em todos, pelo menos em algum instante do filme, você tem a sensação de não sair do lugar. Repetição que agoniza, leva à loucura, e parece que fugiu do controle.

Olha só, neste ano que passou parece que nada mudou. Máscara, isolamento social, álcool gel, contra aglomeração, negacionismo, cloroquina, carreatas. Aliás, só piorou. Brasil virou um Covidistão, está na UTI, virou uma UTI mundial. Neste período, só pelo novo coronavírus, já morreram sete vezes mais brasileiros do que na Guerra do Paraguai, em um prazo quatro vezes menor. Nas batalhas com o país vizinho, foram 50 mil óbitos.

Assim, como no Show de Truman, muitos tentam levar a vida como se tudo estivesse normal, mesmo ciente que aquilo não é. Os que discordam devem estar a ponto de pegar o carro, ou uma canoa, e ir a fundo, para saber se existe um fim. E/ou começar a pirar com a repetição que insiste em alardear, propagandear, e estressa, como o Dia da Marmota. Enfeitiçados com o tempo, com as horas que parecem ser irritantemente iguais.

Como em O Ovo da Serpente, a impressão é a de que os militares, ao lado de médicos irresponsáveis, fazem uma espécie de experimento com o povo. Cloroquina, ivermectina, e por aí vai. Longe de ser um tratamento eficaz, não é precoce prever que a médio e longo prazo milhares poderão morrer por complicações nos rins, fígado ou outro efeito colateral. 

Duvido, sinceramente, que “doutores” que receitam e seguem a receitar estes remédios milagrosos vão se responsabilizar. Ou serão responsabilizados. Forças armadas que ajudaram na fabricação de milhares destes comprimidos. A pandemia nacional é um fracasso também dos militares. Nem Ingmar Bergmann seria tão cruel em uma ficção anti-nazista.

Sabe, será amarga a vacina para sair dessa mesmice autoritária que inundou o poder federal, contaminou parte considerável de quartéis, batalhões, e fardados, e se ramificou elite e povão afora. Pior, ainda não há forças suficientes, mentes, cérebros, e união, para ser distribuída.

Espero que, pelo menos, isso esteja em fase de testes. Até lá, o jeito é resistir, informar, se preocupar com o outro, e criar anticorpos para esta doença que deu seus primeiros sinais em 2012 e, a partir de 2013 virou epidemia, termine em 2022. 

Bom se este mal fosse extirpado antes. Mas, minha receita de esperança não chega a tanto. Até lá, milhares morrerão. E, não só de COVID.


Ah, alguns links que ajudaram a fazer esta receita

- Coronavírus matou tantos brasileiros quanto a Guerra do Paraguai (de 20 de junho de 2020)

https://url.gratis/B12Sm

- Laboratório Químico Farmacêutico do Exército intensifica a produção de cloroquina https://url.gratis/2Hmsj


Se quiser dar uma olhada ou relembrar os filmes, veja aí

O Show de Truman

O Ovo da Serpente

O Feitiço do Tempo


Dicas para não desopilar

- “Serj Tankian diz que System of a Down se reuniu contra 'catástrofe' e defende ativismo no rock”. Entrevista com o vocalista da banda. Bem bacana, fala sobre Armênia, ri dos memes, e mais.

https://url.gratis/nWEtx

- "Dinheiro Público, Privilégio Militar" - “Hospitais das Forças Armadas receberam 3,3 bilhões de reais dos cofres públicos na pandemia, mas, mesmo com leitos vazios, não atenderam cidadãos comuns”. Materião de Luigi Mazza e Marta Salomon, do pessoal da Piauí. Infelizmente, não era só leite condensado. É muito mais.

https://url.gratis/fayxx

Por hoje é só pessoal. Trilha sonora da vez enquanto digitava foi Type O Negative. Caraca, fazia mais de década que não escutava os caras, na boa nem sei como estão. Álbum de 2003, Life Is Killing Me.

Espero que tenham gostado pelo menos de alguma coisa.

Qualquer coisa, curte, compartilhe, diga o que achou. Dá um trampo danado fazer esta bagaça, mas o Drugstore Kishô tem de cumprir o papel de dar um alivio para este que escreve, ou receitas para e contra dor de cabeça.

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Se quiser apoiar de alguma forma o Drugstore Kishô, agradeço pacas.

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