“Até parece, não morreu tudo isso, não”. Chegamos a este ponto
E aí, beleza?! Nem tanto, né.
A que ponto chegamos. Ver um cara questionar quantos mortos. “Ah, nem é tudo isso”. Meu, uma morte já teria de ser o bastante pelo posto que você ocupa. Cada um deste cpf cancelado tem família, pode ser um pai, uma mãe, uma filha, um irmão, vovô, figura querida. Sei lá como e quando aconteceu isso. Povo sem coração, parece não sentir nada.
Sabe, são umas discussões que, se você parar para pensar tem zero sentido. Mais de um ano e ainda tem gente que defende tratamento precoce, cloroquina. Médicos, inclusive...dá medo, muito medo isso.
Aí entram numas de voto impresso. Nada como viver em um país sem problemas. A eleição é este ano, por acaso? E, como o Brasil tem dinheiro de sobra, mudar o processo de votação vai custar R$ 2 bilhões do cofre que eu e você ajudamos a encher. Fraude é ter de perder tempo nesta altura do campeonato.
Tudo bem, temos a Copa América para nos alienar. Mais circo, menos pão. Como canta Mano Brown, “se é isso que vocês querem, vem pegar, jogar num rio de merda e ver vários pular”. Que fique bem claro, para este que escreve nenhum evento tinha de estar em ação neste momento. Inclusive, se poderes tivesse, cancelaria até a Olimpíada. Torço para o time dos cientistas e dos verdadeiros médicos, e contra o dos que acham isso serviço essencial. Aliás, banalizaram o termo essencial. Que coisa...
No mundo real, em meio à maior pandemia da história, o certo é fechar tudo o maior tempo possível. Vários países da Europa fizeram isso, alguns mais de uma vez. Se não é a medida 100% eficaz, é a que mais efeito propiciou e resulta quem sabe em um meses mais normais. Para eles, que entrarão no verão. Ninguém faz isso de alegre, porque quer. É uma dose amarga pelo desgoverno que nos atinge. Isso, sem falar da vacinação. Ah, se tivesse aceitado a primeira proposta lá em 2020 ainda… que fiasco federal.
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Daí vem os sem noção e ficam bravos, repetem e repetem o vai quebrar a economia, causar demissão. Meu amigo, se liga, do jeito que está vai faltar é gente para comprar, gente para trabalhar, e espero que você seja responsável e ajude seu empregado ou a família dele caso o pior aconteça. Até parece né, fala a verdade.
Fazem igual certos tipos de “doutores”, recomendem kits de remédios tão eficazes quanto tapar o sol com a peneira, vejam pacientes morrer, e finjam que nada aconteceu. Fazer o quê? Não sou deus (embora muitos deles se sintam assim, e não sou só eu quem tem essa sensação).
E, lá vamos nós, com hospitais lotados, na mórbida ponte aérea da intubação e falta de leitos. Ah, culpa o pessoal que promove aglomeração. É mais fácil, acha que vou dizer que o mau exemplo que vem de cima anima a galera a se achar invencível? Nada a ver, cada um é responsável pelo que faz. Depois, a gente dá um jeito. Ou entrega na mão de deus. Que assim, seja.
Cara, acho que já deu por hoje. Foi mal, é que a gente torce para que pelo menos seja o fundo do poço. Mas, esse esgoto tá mais para um buraco infinito.
Enquanto milhões se entreterem com esse tiroteio verbal que a mim dá vergonha e tristeza, e não reconhecerem que passou da hora de pensar com suas próprias cabeças, fora dessas bolhas de whatsapp, redes sociais e youtube, muitos vão continuar a morrer. E, não só de COVID, mas de balas, de fome, de indiferença. Feliz lockdown à brasileira a todos.
Opa, obrigado por ler até aqui. Trilha sonora de hoje foi o Viper. Sim, eu curto alguns sons deles. Especialmente este álbum, ao vivo, de 1993, o Maniacs in Japan. Lembro que um amigo meu que apresentou e fui rapidão gravar o CD (!) em uma fita cassete (!!)
Qualquer coisa, estou por aqui. Se quiser trocar ideia, sugestões, pode ser por aqui ou nas redes (twitter e linkedin, principalmente).
Abraço e, se cuide.
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