Prepare-se, no inverno 2021 da COVID o que tá ruim tem tudo para piorar

 


E aí beleza?! Bem mais ou menos, né.


Moçada, Serviço de Utilidade Pública ou seria Prepare-se para o Pior? O General Inverno da COVID vem aí. Chegamos aos 500 mil, mas o homem acha pouco, então, cuide-se. Ah, o que é esse tal General Inverno? Bem, grosseiramente, é o termo a que se refere a friaca em regiões da Rússia, que fizeram historicamente exércitos rivais literalmente morrerem de frio.


Ou então, sofrerem tanto que, quando conseguiam chegar em Moscou, literalmente queriam mais é um prato de comida, um copo de água, campanha do agasalho, do que empunhar arminhas. Reafirmo: fiz um relato bem breve do que é o General Inverno, de boa?! Se tiver interesse, pesquisa aí, meu. Pois alguns historiadores vêm um certo exagero, um “não foi bem assim”. Lenda ou não, tá na história.


Posto isso, volto ao Brasil varonil que agora ostenta o Lázaro estrelado. Acharam uma distração para aliviar a neura em torno do coronavírus. No país de hoje, um bang-bang nada glorioso, um Bacurau ás avessas, é o retrato de uma pá de gente adepta ao acéfalo estilo tiro porrada e bomba. Vou parar por aqui, daqui a pouco dirão que defendo bandido e, juro, não fui eu quem tirou foto na cadeia junto com preso. E, ainda homenageou com medalha.


Então, o país tem grandes chances de ver os casos de COVID disparar na estação do ano que começa na segunda, 21 de junho. Pois, no inverno, sem ou por querer pessoal fica mais juntinho, ou sai de casa, volta e tenta ficar o mais quentinho possível. Janelas fechadas, salões fechados para evitar aquele vento gelado. Bom para pegar uma gripe. “Bom” para o vírus.


Daí, o inverno dar um medo danado. Ou seja, se já temos de lidar com muitos – não todos – militares despreparados em cargos que caíram em seus colos, enfrentaremos o...General Inverno. Ficou meio nada a ver esse parágrafo. Né, não?


Óbvio, essa comparação com o amargo trunfo russo tampouco saiu da minha cabeça. O termo entranhou no cérebro depois que li um tuíte do neurocientista Miguel Nicolelis. Foi dele que ouvi, e achei morbidamente preciso.


A seguir, trecho extraído do El País: “Olhar para a Índia é ver o que pode acontecer se nós permitirmos que o general mais poderoso da história da humanidade, o General Inverno, chegue também ao Brasil nas próximas semanas” sem quem tenhamos agido para conter o coronavírus, diz Nicolelis. “Basta lembrar que, no caso da pandemia, foi no ano passado, no começo do inverno, que a explosão da pandemia se deu no Brasil”, segue ele.


Detalhe, Nicolelis professorou isso no começo de maio. Alguma dúvida de que a coisa segue na mesma? Cada um tem o general que merece (contém ironia, eu acho)


Em terras brasilis, com o contágio na velocidade de moto cara de patrão, e a vacinação a passos de gado, podemos dizer que há três tipos de cenários possíveis na guerra contra a pandemia: o ruim, o muito ruim, e a que vivemos hoje.


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Vai aí um número que explicita ainda mais o caos federal. Na União Europeia, foi estabelecido este mês que os países-membros podem abrir suas fronteiras para receber o turista estrangeiro, por exemplo, se a taxa de contágio não passar de 75 casos por 100 mil habitantes. Sabe de quanto é esse distinto índice na terra em que se plantando, tudo dava (agora, com desmatamento e incêndio, tenho seríssimas desconfianças)? Um vergonhoso 443/100 mil. Quase sete vezes mais. Sem essa de ficar preocupado, os figuras arrotam que está sob controle, a situação é estável. Inacreditável.


Olha, desculpa, comemorar que o brasil (vai de minúscula mesmo porque merece) bateu recorde de vacinação é igual aquela piadinha do torcedor que vê seu time voltar para a Primeira Divisão. Você até comemora, mas não fala para ninguém.


Dessas coincidências cruéis, na quinta-feira 17, a cidade em que moro havia completado cinco dias sem uma dose no estoque. Criaram a abstinência imunizante. Adaptaram aquela ladainha de quando a pizza demora para chegar e você liga para questionar a demora: “Já saiu, tá para chegar”. Se bem que, com a escravização ifoodiana, nem sei mais se é assim.


Claro que torço para doses surgirem aos milhões. Só que, pelo lado da ciência, há previsões de que podemos chegar no mês do cachorro louco com algo em torno de 700 mil vidas ceifadas. Odeio admitir isso, caso o pior aconteça não será apenas o imaginário General Inverno que vai sorrir.


Um respiro profundo. Já deu por hoje.


A companhia no fone de ouvido enquanto escrevia mais esta receita da nossa farmacinha foram os suecos Peter Bjorn and John, álbum Break Point, de 2016. Na real, fui escutar pela primeira vez motivado pela música que dá nome ao trabalho – única faixa que conhecia.


É isso, valeu pela companhia. Qualquer coisa, só entrar em contato por aqui, ou pelas redes do Drugstore Kishô - mais twitter, e linkedin, menos face e insta.


Abraço, cuide-se. Use a cabeça, use máscara.


Opa, os links que serviram de base para esta receita


https://pt.wikipedia.org/wiki/Inverno_russo


Ex-PM ligado a Flavio Bolsonaro recebeu medalha na cadeia

https://veja.abril.com.br/politica/ex-pm-ligado-a-flavio-bolsonaro-recebeu-medalha-na-cadeia/



O General Inverno pode trazer a terceira onda

https://brasil.elpais.com/brasil/2021-05-05/podcast-miguel-nicolelis-o-general-inverno-pode-trazer-a-terceira-onda.html


Europa reabre fronteiras para americanos; veja novas regras para turistas

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/06/uniao-europeia-reabre-fronteiras-para-turistas-americanos.shtml

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