No país de milhões de narcisos, se vai um Tarcísio

 

E aí, beleza?!


Acabou a Olimpíada, um daqueles momentos “o Brasil precisa ser estudado”. Em que a extrema direita e cidadãos de bem torcem ao som do funk Baile de Favela, e a esquerda radical comemora os feitos de atletas que apoiam ou apoiaram abertamente o (des) governo atual.


Você sabia que o Comitê Olímpico do Brasil, o COB, gabou-se da delegação tupiniquim em Tóquio não registrar casos do COVID durante os Jogos? Podia dar aula para o restante do poder federal. Sei lá se depois depois de mais de meio milhão de mortos alguém vai escutar. Mas, quem sabe, né?


Em tempo: muita atenção com “a melhor campanha do país em todos os Jogos”. Basta lembrar que, antes do megaevento, o Comitê do Brasil evitou pela primeira vez em décadas a fazer uma estimativa de quantas medalhinhas nossos gloriosos representantes trariam na bagagem. Entendeu, né? Isso aqui dá papo para mais de metro.


Tarcísio Meira é o mais galã dos galãs brasileiros. Momentos eternos de Glória. Sua companheira de dias, meses, anos, Menezes.


Entre muita coisa que ouvi e li, André Forastieri ocupa o lugar dos mais certeiros:




Conhecido meu parou de usar máscara. “Já tomei as duas doses, vamos parar com essa demagogia”. Difícil… Como diria os Racionais MCs, não dá nem para comentar.


Dizem que o paulistano Tarcísio Meira não fazia questão de ser alçado a condição de “homão da porra”. Acredito. 


O triste é que milhões que se dizem macho alfa (?) confundem beleza com ignorância, imbecilidade, arrogância. Só se importam com seus espelhos: bando de Narcisos. 


E, se vier com essa história que partiu do nosso mundo redondo, que está cada vez mais quente, porque já era velhinho… para que fica mais feio. Não morreu de velhice, foi por causa da Covid. Pode negacionar à vontade, mas é o fato.


Sim, mais de dois anos nessa marmota. Geral tá cansado. Confesso, é um desafio manter todos os cuidados como fazíamos ano passado. A vacina realmente dá um ânimo.

Só que a pandemia está longe de ser extinta. É mórbido comemorar uma média de 900, 800 mortes por dia.


Um exemplo, o Japão, cuja população nem queria que tivesse a Olimpíada, mas depois até que relaxou, enfim. O país do sol nascente, cujas autoridades são detonadas por sua população pela atuação contra a Covid, tem média de 13 óbitos por dia. Isso mesmo, treze. Quase 30 vezes menos que o país do “vou fazer o quê?”.

Se te contar que no total os japoneses tiveram menos de 16 mil mortes, o espírito olímpico do brasileiro é capaz de ser trocado pelo de porco.


A morte de Tarcísio é uma facada verdadeira na arte nacional. Como tantos outros, outras. Mais um alerta, entre as milhares de famílias destruídas pelo vírus, de que o país está e segue doente.

Não serão com tanques e balas que o Brasil vai sair dessa. Muito menos com o passar da boiada: reforma trabalhista predatória, reforma eleitoral vexatória, queimadas, desmatamento, agro exportação rico, agricultor pequeno e povo cada vez mais pobre.


Já deu.


No fone de ouvido, a banda Eddie. Cara, eu só fui conhecer esta semana, pois tocou uma música destes caboclos de Pernambuco em uma rádio, enquanto estava na fila da segunda dose, dentro do nosso carro, o Foquinho.

Pô, o grupo já tem mais de 30 anos. É um som bem bacana, mistura frevo com outros ritmos, bate no coração.

As letras são simples e diretas, alegres ou nem tanto, como Atiça, que também dá nome ao álbum:

“Essa dor que a gente sente

Tá matando adoidado

Essa dor que a gente sente

Alvejando inocente”.


Muito massa.


Fico por aqui, obrigado pela companhia. Qualquer coisa só falar, escrever, compartilhar, se cuidar.

Abraço.


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