Antes que a onda paralímpica acabe, dê uma chance Paratodos


E aí, beleza?!

Aproveitar a oportunidade, pois não é toda hora, talvez só daqui a quatro anos, esperto estar errado. Pegar a rebarba dos holofotes paralímpicos. Ainda mais aqui na minha terrinha, Mato Grosso do Sul, que viu três grandes figuras brilharem em Tóquio. Silvânia Costa, Yeltsin Jacques, e Fernando Rufino “Cowboy”.


Antes da onda das Paralimpíadas se dissipar, vai uma dica. Coincidência, o documentário Paratodos completou cinco anos. E, no meu estilo “coisas que só descobri agora”, está esse longa.


Sei que ela não vai saber, mas foi meio que uma indicação da Verônica Hipólito. Ela, também atleta paralímpica, foi uma das comentaristas do SporTV durante os Jogos de Tóquio, especialmente nas provas de atletismo. E. mandou muito bem.


Daí que, durante a programação, o narrador lembrou que naquela mesma noite (ou dia, se for no Japão), começariam as provas de canoagem. E, bem de passagem, a Verônica falou mais ou menos assim: “Quem não conhece o Fernando Rufino, assiste o filme Paratodos, e vai dar umas boas risadas”. Isso ficou na minha cabeça. Nota: já entrevistei o Cowboy algumas vezes, é muito gente fina, mesmo.


Daí passada toda a imersão que fiz desde 8 de agosto até 5 de setembro por conta de Tóquio 2020 – incluiu rotina como dormir no máximo três horas alguns dias – resolvi ver o documentário dirigido por Marcelo Mesquita.


E lá vai um leigo curioso dizer o que achou:


Acho que o ponto de partida era fazer retratos com destaques do paradesporto brasileiro antes da Rio-2016. O começo do filme fiquei meio desconfiado nível “ih, lá vai propaganda do governo, do Comitê Paralímpico Brasileiro, etc”.


A primeira impressão ficou longe de delinear todo os quatro blocos do Paratodos. Sim, tem as partes de em que muito se parece com os ídolos dos esportes convencionais, do esforço, de ser o melhor.


Porém, o doc teve a felicidade (?) de mostrar que o paradesporto está em um nível de competitividade muito alto. Quem se lembra que o campeão olímpico estadunidense Michael Johnson veio ao país para dar umas aulas aos atletismo paralímpico brasileiro? 

A modalidade abre o documentário e a montanha russa de emoções movida a glórias e decepções. Meu, o astral que o Yohansson Nascimento passa é muito bacana. Já Terezinha Guilhermina e Alan Fonteles deixam claro que a chapa é quente, como disse Fernando Fernandes.


Aliás, o ex-modelo e BBB, é o personagem central do segundo bloco: o da paracanoagem. Várias vezes campeão mundial, Fernandes, que também fez parte da grade do SporTV, sente na pele um dos pontos mais polêmicos do esporte paralímpico: as reclassificações funcionais.

Basicamente significa que de tempos em tempos, e/ou às vésperas das provas, um grupo de especialistas avaliam se o paratleta está apto a subir de classe e competir com adversários com menos restrições físicas, por exemplo, ou descer de classe. No caso dele… difícil.


Neste bloco é que apareceu o Cowboy. O sul-mato-grossense que queria ser peão e sofreu tantos acidentes, literalmente. A sua passagem é uma atração à parte. Nota do blog: Rufino não pode ir à Rio 2016 pois descobriu um problema cardíaco. Impressionante como mantém o bom humor. Um verdadeiro Joseph Climber (brincadeira).


Aliás, bom humor é quase uma marca entre os participantes do doc. No terceiro bloco, a seleção de futebol de 5 é a bola da vez. Curiosamente, o doc retrata sobretudo a atuação do time no Mundial da modalidade no Japão. Um sinal, talvez? A final foi, para variar, com a Argentina. A admiração que os estrangeiros têm pelos paratletas brasileiros é daquelas coisas que infelizmente a gente fala há tempos: “os caras são mais valorizados lá fora do que aqui”.


O último bloco cai na água com a natação. Talvez, o mais com carga emocional. Tem Daniel Dias, meses, eterno. Ah, tinha de fazer esse trocadilho por aqui, já que nas redes do Zuckenberg, não foi permitido, sei lá porquê.

“Tirar foto de corpo inteiro não dá porque todo mundo aqui falta um pedaço”, brinca o maior atleta brasileiro em Paralimpíadas. A natação foi o mais família. Tem mãe de atleta, filha, e a presença valiosa de Suzana Schnardorf. É muita força de vontade. De verdade. Que não degenera.


O documentário foi feito sem narração, sem entrevistador a aparecer. Gosto muito desse estilo. E, na parte musical, um poucão de Marcelo Yuka. Puta cara. Lembra dele? Foi um dos fundadores da banda Rappa, faleceu em 2019. Ele cedeu de graça seu trabalho que aparece em Paratodos.


É isso. Se você quiser saber um pouco mais desse universo paralímpico. Assiste. Assisti no streaming da Disney.


Segue o trailer





Trilha sonora da vez, enquanto digito, é Marcelo Yuka (nada influenciado), com Canções para Depois do Ódio, de 2017. Fui levado até este álbum pois Agora Nesse Momento, com participação da Cibelle, aparece em Paratodos. Outra boa descoberta, são 16 faixas, com mais gente envolvida, entre elas Black Alien, Seu Jorge, e a Céu.


É isso, obrigado pela companhia. Faz bem para mim.

Abraço e se cuide. Siga alerta para os golpes que querem te dar.


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