Everything Sucks tem muito do que eu ouvia nos anos 90, e do que é preciso escutar até hoje

setembro 17, 2021

E aí, beleza?!

Muitos falam que vivemos uma volta aos anos 90. Fiquemos na cultura, na música, e tal. Eu não tenho do que se queixar. Tem muita coisa daquela época que gosto muito, coisa de velho. E, vamos se ater a elas, por ora. Até a capa do Nirvana, aquela do bebê, apareceu por estes dias, né? Nevermind.

Nessa toada, apareceu Stranger Things e tantos outros com a pegada noventona. E, há umas semanas, vi essa série, da Netflix. O É Tudo Uma Merda!, ou Everything Sucks!, no título original. Indicação da patroa, com selo de garantia da filhota.

A série criada por Ben York Jones e Michael Mohan foi lançada em 2018 e se passa em um local chamado Boring, no Oregon, em que fica o colégio Boring High School. Aliás, boring é um termo que volte e meia eu uso sei lá desde quando. “Puts, ele abriu a boca para falar besteira de novo?! Que boring.” Também lembro de uma música do Pet Shop Boy, chamada Being Boring.

Então, daí que a série, que se desenrola em dez episódios, tem como fio principal, o relacionamento de Luke O’Neil e Kate Messner. O Luke chega na escola como um calouro e se apaixona pela Kate, que também é filha do diretor.

Daí, tem o círculo de amigos e elenco de apoio que dão conta do recado. Os pais, os amigos do Luke, a Emaline, (des) afeto de Kate, namorada de Elijah, e ambos formam o casal descolado do colégio.

Os dramas dessa galerinha (como diria a chamada de Malhação) se desenrolam com um pano de fundo pop rock anos 90, que para quem gosta, assim como este que escreve, é, literalmente música para os ouvidos. Vai desde Oasis, Offspring, e passa pelos grupos de um hit só como Spin Doctors e Ace of Base. E, tem muito mais: Duran Duran, Elton Jhon, Cardigans, Elastica, Rancid, etc.

Olha a trilha foi tão pensada, creio eu, que até playlist no Spotify tem, e escuto enquanto digito por aqui. As referências do fim do século XX não param. Tem fita K7, disc-man, primórdios da internet (discada!), clipes, MTV, etc. Referência pacas que muitos quarentões com certeza vão lembrar.

Bem, a Netflix ás vezes ousa na classificação indicativa. Esta série é para até 12 anos. Então, se você ou quem for da sua família tiver um pé no conservadorismo, vá com moderação. Ou, assista para entender melhor a cabeça de quem pensa diferente.

Ou, nem tanto, esquece, falei besteira. Ficando velho.

Dá nada não, os que manjam de séries e tal retratam o É Tudo Uma Porcaria como uma comédia dramática, termo que por vezes considero contraditória, mas, de boa, quem jamais foi contraditório que atire a primeira pedra. Quando se é adolescente então…

E, nada mais direi. Já deu.

Ah, e se você for daqueles que odeiam séries com trocentas temporadas. Fique calmo, as aventuras dessa garotada que une teatro e fita VHS parou por aí mesmo. Netflix disse que pouca gente curtiu.

No fim, é isso, pouco importa se a juventude teve, tem, e terá seus problemas. Eles que lutem. O nosso negócio é business.

Em todo caso, fica a dica. Não é nenhuma obra para ficar na história. Mas, é um retrato bacana da molecada daquele tempo. E, se bobear, atemporal. Para mim, pelo menos muita música daquela época, é, com certeza.