Baita aula sobre Genocídio Indígena no Brasil, e muito mais


 
E aí, beleza?!

Você já deve saber que escuto alguns podcasts, no momento, a lista tem dez para ser mais exato. Alguns mais, outros com menos frequência, confesso que muitas vezes vou pela embalagem. O título pesa muito. Independente, se segue em minha lista, é porque gosto. Óbvio, né. De tempos em tempos rola umas substituições.

Numa dessas, fazia um tempão que não escutava o Chutando a Escada. Aliás, recomendo bastantão, de verdade. E, olha, dei o play neste Genocídio Indígena no Brasil. Foi ao ar no último dia 29. O papo foi com o professor doutor de Direitos Humanos e Direito Constitucional da Universidade Mackenzie-SP, Flávio de Leão Bastos Pereira.

Baita episódio, sobre Genocídio Indígena no Brasil. Mas, a dica é de um episódio? Sim, tem mais de uma hora de conversa com o pessoal do Chutando, neste caso o Filipe Mendonça e a Caroline Pavese. O equivalente a duração de um longa-metragem.

A conversa de longa duração me comoveu. Sério. De várias maneiras. Desde, nossa, como sou desinformado, até a didática do entrevistado. Começou desde como surgiu a definição de genocídio, passou por diversos casos, como o armênio, o judeu, e dos índios no Brasil. Mote principal deste episódio.

Nessa verdadeira palestra sobre a história de matanças mundo afora, Flávio Pereira explica de um jeito A + B, como se deu, como se dá, as causas e etc sobre os crimes praticados. Lembrei de quando assistia a MTV Brasil na década de 90 e tinha o Massari, que começava a falar de uma banda, depois puxava a outra, que influenciou tal coisa e tem a ver com outro movimento e...nossa, metralhadora de conhecimento. Sou muito fã do Reverendo Massari.

Então, o entrevistado da vez é mais ou menos assim. A cada instante cita um filme, um livro, uma referência para ilustrar aos mais leigos, grupo que me encaixo, as porradas, tiros e bombas da humanidade, e outras atrocidades mais.

Cita quo vadis, documentários que tem na Netflix, YouTube, Amazon Prime, até fotos recentes publicadas em jornalões. Aliás, o que gostei muito. Sabe como é, né, imprensa apanha de gente de direita, de esquerda, que é bacana escutar alguém usar algo que saiu em uma Folha de São Paulo, por exemplo, sem precisar pedir licença, ou constrangido. Tem coisas boas e ruins no nosso jornalismo, situação que passa longe de ser exclusividade nessa área.

O professor doutor do Mackenzie desmistifica muito o período do que foi a ditadura para os povos indígenas. Sei, de repente, para você nem é novidade. Só que, ele fala em um tom rico em detalhes e, como disse, referências.

Ataca também a mentalidade racista na cultura brasileira. Sutilmente, ou nem tanto, põe em cima da mesa a questão: Por que o brasileiro fica mais chocado com o holocausto judeu, massacres na Europa, e passa longe de ser sensível aos milhares de mortes dos índios, desde a chegada dos portugueses até os tempos atuais. De arrepiar.

No mesmo episódio, o professor ainda encaixa o biocentrismo, em que a lei tira o foco dos homens e vai para a natureza. Relembra que na Nova Zelândia, um rio da maior importância aos maori e por tabela aos neozelandeses ganhou status de personalidade jurídica, porque ele é um ser vivo. Ou seja, quem fazer alguma besteira que degrade o local vai ser processado por ele. E, medidas semelhantes já acontecem em outros países.

Explicou como é difícil tipificar de genocídio o que o governo brasileiro fez ou deixou de fazer durante a pandemia. Porém, há outros meios de que se faça Justiça, mesmo ainda que em nível internacional, e avisa que é preciso ter paciência, pois essas coisas demoram.

Então, é coisa para caramba. Eu escuto pelo Spotify, mas dá para acessar por meio do link do episódio. O post do pessoal do Chutando a Escada é bem bacana, completo, tem lá as referências e dicas que o entrevistado cita durante o bate-papo. Além dos contatos via twitter e os créditos de uma pá de coisa que rola no episódio.

Cara, já deu, se não consegui te convencer até agora, foi incompetência minha.

Ao pessoal do Chutando e ao professor, parabéns pelo episódio. Obrigado pela baita aula. Como disse o Filipe Mendonça, é para ficar gravado na memória. Histórica.

Enquanto escrevo todo empolgadão, nos ouvidos o som do Atari Teenage Riot, com seu Delete Yourself, lançado em 1994. Trio alemão cujo som é uma mistura de hardcore, eletrônico, rock e muito protesto. Achei até que o Alec Empire tinha morrido, ainda bem que me enganei. Então, Delete Yourself são 12 faixas bem barulhentas, dançantes (por quê não?), em menos de 50 minutos. Tem até um “hit”, Speed. Quem viu Velozes e Furiosos em Tóquio vai lembrar.



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