Nunca é tarde para conhecer Elza Soares

 



Sinceridade constrangedora, não conheço a fundo a obra de Elza Soares. Só que admiro muito ela. De verdade. Essa carioca nascida em 23 de junho dos anos 30 começou a me atrair por meio de outra lenda: Garrincha e sua biografia escrita pelo baita jornalista e escritor Ruy Castro.


Como pode ver, comecei tarde, o livro foi lançado em 1995, coincidentemente meu primeiro ano de faculdade de jornalismo. Se não leu, vale muito a pena, da editora Companhia das Letras. Óbvio, o Mané é tema central. O craque mais Macunaíma do futebol brasileiro sempre me interessou mais do que o Rei.


Eu tenho uma queda pelos coadjuvantes, por aqueles que carrega o piano.


Vai ver isso que fez Elza Soares - nos deixou aos 9.1 - me cativar. Meu, o que o casal sofreu nos anos turbulentos que estiveram juntos é de deixar muitas celebridades de hoje no chinelo. Por todos os lados. Se hoje ainda incomoda muita gente uma relação entre uma cantora e um jogador famoso, imagine naquela época, anos 60, 70…


Para aumentar a temperatura do pessoal cidadãos de bem, Elza começou a ter um rolo com o ídolo do futebol quando este era casado. Elza sempre foi linda, mas quando jovem, sua beleza era nível outro patamar. Negra, desperta mais inveja ainda.


Como provavelmente a esta altura você já sabe mais da vida desta brasileira do que eu, saltarei até o começo dos anos 2000. Em Fortaleza, onde trabalhei uns seis meses entre 2002/2003, assisti a um show dela durante um evento cujo nome não me lembro. Na real, foram poucos minutos, mas o suficiente para aumentar a admiração. Uma presença de palco regaçante, plena, senhora de si, voz idem. Por aí vai.

Recentemente, esbarrei e, acho que já falei disso, em um clipe dirigido e animado por Pedro Hansen. De Nelson Cavaquinho e Elcio Soares, a diva entoa Juízo Final.


O sol há de brilhar mais uma vez

A luz há de chegar aos corações

O mal será queimado a semente

O amor será eterno novamente

É o juízo final






E, depois, em uma live que fez parte do Em Casa Com Sesc. Ao lado de Flávio Renegado, Elza desfere 16 músicas que, se não assistiu, sirva uma bebida e aproveite um dia ou uma noite dessa para desfrutar. Vale a pena ver de novo. É o que faço neste momento.


Reconhece a queda e não desanima

Levanta, sacode a poeira, e dá a volta por cima




Meu, nem vou entrar no mérito do quanto ela contribuiu e contribui para o Brasil como um todo. Quem não quiser olhar para cima, paciência. Elza Gomes da Conceição, agora lá de cima, vai te perdoar. Pode ser que, antes, ela te passe um sabão. Mas, seu coração e voz de milênio que já deixou marcas na Terra, serão eternamente grandes.


É isso, abraço.
Feliz 2022 atrasado

Se cuida

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