Vale assistir Mães Paralelas porque Mãe é Mãe

 

Já viu Mães Paralelas? É Pedro Almodóvar, então, se não assistiu e não gosta do diretor espanhol, melhor seguir assim.

Quando terminei de assistir este filme lançado ano passado, pensei: “Para Almodóvar, até que é light.” Mesmo assim, preferi processar aos poucos a história nos dois dias seguintes para tentar se arrepender o menos possível quando escrever sobre a produção espanhola. Fiz bem.


O longa de aproximadamente duas horas tem como ponto de partida, duas mulheres solteiras que se conhecem no hospital às vésperas de ter seus bebês, o que acontece no mesmo dia. E, o roteiro de Almodóvar trata de unir os destinos das duas e tudo que permeia as suas vidas.


Uma é Janis, fotógrafa, interpretada por Penélope Cruz. A madrilenha, figurinha carimbada nos filmes do prolífico diretor de 72 anos, assume muito bem o papel. A ponto de ser indicada para o Oscar de Melhor Atriz deste ano. De repente não é a melhor referência, mas quando ouço seu nome sempre lembro dela em Profissão de Risco, ao lado de Johnny Deep. Isso já faz 21 anos, caraca. Aliás, filmão, hein?!


A outra mãe é Ana, vivida por Milena Smit, bem mais nova que Janis, filha de um pai bem ausente (de várias formas) e de uma mãe que está perto de realizar seu sonho de ser atriz de teatro. Na boa, penso que Smit, 25 anos, foi melhor atriz coadjuvante do que Penélope foi de atriz principal. Baita revelação. Em todo caso, isso está longe de ser demérito para ambas.


Boa parte do filme narra o cotidiano dela como mães, e o amor pelas nenéns. E, o trampo que é, sobretudo para Janis, que é daquelas que reluta em deixar o bebê sozinho mesmo por parcos momentos. Já Ana se afeiçoou aos poucos à sua cria e, se no começo não desejava a gravidez, depois deu conta e muito bem do papel.

Vale citar também as interpretações de Aitana Sanchéz-Gijón, como a mãe de Ana, e Israel Elejalde – pai do filho de Janis.


Além da maternidade, não se engane, Mães Paralelas aborda umas coisas bem espinhosas. Desde as marcas deixadas pelo autoritarismo/fascismo/franquismo, os estereótipos vividos (ainda) pela classe artística - para a mulher é pior ainda - até a conexão com os tempos atuais de violência sexual turbinada pelo uso para o mal das redes sociais. 

E, claro, marca do diretor espanhol, umas alfinetadas bem dadas no conceito de “família ideal/tradicional”.


Na medida do possível, Almodóvar, Penélope, Smit, e companhia conseguem incrivelmente dar uma certa leveza no processo até o final da produção. Desconfio que por isso meu pré-conceito em taxar de light a obra Almodovariana da vez .

“Sem ser leviano, a história criada pelo diretor espanhol nos apresenta a história de Janis e sua forma de viver, sem fazer qualquer tipo de juízo de caráter”, acho que é por aí (esta aspas é de uma crítica que pincei do site Feededigno).


“’Madres Paralelas’ é uma homenagem às progenitoras do passado e do presente”, citou o site Espalha Factos. Puxa, admiro esse pessoal que consegue resumir o que eu enrolo e, às vezes, nem consigo explicar. Deve ser igual amor de mãe. Inexplicável aos olhos de muitos e, talvez, de muitas.


Segue o trailer


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