Ver ou não ver Anna, eis a questão

 

Filmar com teatro de pano de fundo é difícil. Se a “desculpa” é encenar Shakeaspeare, então… e, por cima, em terra brasilis, longe de nomes nem tão conhecidos, e que mistura relações abusivas e/ou problemáticas ainda por cima. Tenso hein...
Aviso, se não gostar dessa produção dirigida por Heitor Dhalia, sem problemas.


Lançado em 2019, tropecei neste longa de pouco mais de uma hora e meia, no fim do ano passado, no Canal Brasil. Dei uma pesquisada e, foi mal, não tenho certeza em qual streaming ou serviço on demand dá para achar a produção.


Então, o elenco traz Boy Olmi como Arthur, um diretor de teatro que quer porque quer provar que consegue montar uma peça: Hamlet. Ele tentou um tempo atrás e não deu certo. Daí que, é daqueles diretores tão geniais quanto exigentes. Até demais. Saca, aqueles métodos sinistros de gritar pacas, que gosta de mexer com o emocional dos seus comandados. Sei lá, quem sou eu na conta da Merda!, porém este tipo de “chefe das antigas” - como alguns preferem citar ou defender - pode ser até folclórico, Mas, não faz a minha. Tem gente que gosta (?!).


Daí que durante os ensaios ele pega no pé da Anna, interpretada por Bela Lindecker, que vira a Ofélia da vez. Uma jovem cheia de sonhos em cima de um palco, sabe aquelas coisas, meio na dela, e tal. Porém, os dois começam a se entender também fora dos ensaios e iniciam uma relação doentia. Já imaginou, né?! Se quiser saber mais, vá ver o filme.


Tem umas cenas bem fortes, quem não estiver sossegado pode até rolar uns gatilhos. Tanto o veterano Boy como Bela mandam bem em seus personagens. O pernambucano Heitor Dalia, que também dirigiu Nina (2004), O Cheiro do Ralo (2016), e Serra Pelada (2013), deixou o elenco bem á vontade.


A participação de Gabriela Carneiro Cunha é digno de nota. Mais conhecida por trabalhos na televisão, dos quais, Morde e Assopra, em que interpreta a caipira Raquel (sinceridade constrangedora, não assisti). Em Anna, a carioca mandou tão bem que ganhou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante do Festival do Rio 2019.


E, é isso, para você que curte um drama em que os personagens misturam a ficção do teatro com suas vidas, relacionamentos nada convencionais, e, de repente, pensar com carinho temas mais espinhosos que o filme aborda – bem a cara do diretor, convenhamos – fica a dica.


Segue o trailer



Abraço, se cuide.


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