A dica de hoje é curta e, espero, absorvente

Já tinha ouvido falar na época – bem menos do que merecia é verdade – mas, depois eu esqueci mesmo. Isso porque ganhou o Oscar 2019 na categoria de Melhor Documentário de Curta-metragem.


Só fui lembrar agora, depois de passar pela newsletter da Gama, que citou a produção indiana escrita e dirigida por Rayka Zehtabchi. Sorte a minha.

Aliás, em uma rápida pesquisa, a diretora iraniana parece ter feito mais produções interessantes. Literalmente, a ver.


Bom, “Absorvendo o Tabu”, tem também no YouTube, trata-se de uma região da Índia em que meninas e mulheres têm acesso quase zero aos absorventes. Desinformação, machismo, religião, preço alto, estão entre os motivos.


Em 26 minutos, o curta-metragem mistura a realidade do povoado indiano, que poderia ser em muitas, mas muitas mesmo, regiões deste globo, em relação ao embaraço que é abordar o tema menstruação.


Mais um claro sinal de que assuntos como este devem ser abordados mais e mais vezes. Tanto a necessidade do uso como ações para atender a quem não tem condições financeiras. Trata-se de um assunto de saúde, de higiene, de autoestima. Não, pasmem, como “castigo divino”, “a mulher fica suja”. Meu Deus!, ou, Minha Deusa!


Rayka Zehtabchi conduz de uma forma bacana o delicado tema. “Period. End of Sentence”, nome original da produção, exibe mais do que a problemática de difundir o uso do absorvente.


Larga do ponto em que um ativista social inventa uma máquina de fazer absorventes higiênicos de baixo custo na Índia e consegue exibir o cotidiano de diversas personagens. Desde as meninas, cuja idade está implícita em sua timidez, da mulher que sonha em ser policial para fugir da pressão de ter de se casar.


O negócio flui tanto que torna-se real a possibilidade delas terem a independência financeira. Acho que essa foi a cereja do bolo da história. Pô, legal mesmo, espero que atualmente esteja tudo bem por lá e que nenhum olho grande, invejoso, ou machista tenha estragado a iniciativa.


A obra tem uma certa leveza, a trilha sonora ajuda bastante, as caras, as situações, as locações falam por si só. Sou suspeito, me agrada quando em produções deste tipo o entrevistador ou a entrevistadora interferem o mínimo possível.


Como Absorvendo o Tabu dura menos do que muitos episódios de seriados ou novelas, evitarei me alongar. Ao fim do filme, o documentário cita apoios bem interessantes e ajuda um projeto que busca distribuir absorventes a quem precisa mundo afora. Acessei o site e parece realmente ser bacana a iniciativa.


Fica a dica. A Netflix acertadamente indicou a faixa etária de dez anos. Pode assistir sem vergonha e se quiser ver com mais gente, sem problemas.


Segue o trailer



Abraço, se cuide.


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