Melancolicamente som, o segundo do Portishead faz 25 anos

 

Olha, é difícil definir o estilo de som do Portishead. A voz de Beth Gibbons é singular, de repente te leva a uma viagem interior.


Em mais um aproveitamento de ano redondo (ou não), a dica é o álbum homônimo desse pessoal. O segundo, lançado em 1997, bodas de prata para o disco de 11 músicas. Muitas delas, boas para estes dias frios, ou que você tá meio assim, sabe, ao léu, ou a fim de ficar na sua. Enfim, pular carnaval ou agitar reunião de amigos pode ser meio complicado.


Este disco saiu depois de três anos do primeiro trabalho do grupo, que ainda conta com Geoff Barrow, bateria, samples e adjacências, e Adrian Utley, nas cordas, o Dummy, de 1994, bom pacas. E antecedeu o Third, o terceiro disco feito em estúdio que saiu só em 2008. Então, para muitos, o álbum homônimo ficou meio ofuscado por causa do antes e o do depois.


É, decidi por o “muita gente” após ver que só no Spotify, a banda tem dois milhões de ouvintes mensais. E eu achando que quase ninguém conhecia o grupo que ano passado completou 30 anos de existência. Tolinho. Depois de sete anos, o grupo voltou a fazer show. Vai que um dia rola um terra brasilis, né?!


Vamos voltar à dica propriamente ouvida. N boa, é bom do começo ao fim. Começa com Cowboys, já mandando um


So don't despair

Então não se desespere

And this day will be their damnedest day

Esse dia será o dia mais amaldiçoado

Oh, if you take these things from me

Oh, se você tirar essas coisas de mim





Além do potente vocal da Gibbons, uma das coisas que gosto no Portishead é a mistura. Tem uns sons de scratches com uns arranjos sombrios, e por aí vai. O resultado fica bom. Vide All Mine, que tem um ar de fim de noite, sei lá, meio soul, meio jazz. Em Half Days Closing, a voz distorcida em meio a uma letra nada animadora (ou seria realista) dá o diferencial.


A melancolia se aloja. Humming é uma das preferidas. Em certa altura, a letra ressoa


Cause its been so long, that i can't confess

Pois faz tanto tempo, que eu não consigo confessar

And its been so long, right now, so wrong

E faz tanto tempo, agora mesmo, tão errado

Is it all as it seems

Isso é tudo como parece ser?



Minha última faixa a pincelar por aqui é Only You. Puristas musicais talvez torcerão o nariz. Se bem que estes nem devem escutar Portishead. Uma pena. Para eles. Only You tem uma base hip hop e um recheio bem… Portishead, som e letra.


Years of frustration lay down side by side

Anos de frustração postos um do lado do outro


And it's only you

É só você


Who can tear me apart

Que consegue me rasgar


It's only you

E é só você


Who can turn my wooden heart

Que consegue transformar meu coração estúpido



É mais ou menos por aí. Um álbum que combina melhor com a noite, um dia cinzento, do que um de sol. Só ou acompanhado por alguém, uma taça, um copo. Ou, não. Impressão minha, talvez.


Melhor parar por aqui e ir atrás do som.


Abraço, se cuida





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