Sentimento de pertencimento é do bem. Mas, tá mal

Nesta quinta-feira, acordei e sei lá porquê resolvi assistir alguma coisa enquanto aprumava o café, antes de ir para o trampo. Talvez coisas que se faz quando se está só. Daí que deparei com o Mundial de Esportes Aquáticos e sua maratona de 25 km em seus finalmente. Sabia do Mundial, desconhecia a prova de tamanho percurso feito no braço.


A soteropolitana – poderia usar brasileira, baiana, mas é que soteropolitana (o) soa tão legal, diferente - Ana Marcela Cunha ganhou no limite. Já publiquei em minhas redes o quanto eu achei bacana a entrevista (se tiver sem paciência o trecho a qual refiro é a partir do minuto 9:20) da agora pentacampeã mundial dada do baita repórter Marcelo Courrege – parece saber todos os idiomas na ponta da língua.

Isso é das coisas que me conforta gostar tanto de esporte. Quando se aprende mais do que a modalidade, o título. Coisas para levar contigo, em sua vida.


O fato dela lembrar de uma pá de gente em seus agradecimentos. Desde o piscineiro até porteiro, “não entendo porque muita gente trata mal”. Dizer que é apenas a motorista que guia o caminhão de sucessos da sua carreira foi de uma sinceridade. Que não quer ser comparada a Pelé, Ayrton Senna. Só deseja ser Ana Marcela. Ponto.

Pertencimento. Uma noção que deveríamos ter mais no dia a dia. Confesso, é difícil aplicá-la 100% as 24 horas. Pode-se praticar, até virar uma coisa perto de um hábito.

Pertencimento basicamente – lá vem uma explicação rasa pois especialista/estudioso não sou – é você se sentir parte de um grupo. De não se achar superior a ninguém.

De aceitar e entender os problemas de quem está ao seu lado, geralmente em situação complicada. E, topar ir junto para tentar resolver.

Um chute: deve ser irmã da empatia. Será? Se estiver errado, pode me corrigir.


Sabe, esta quinta-feira, 30 de junho, em Campo Grande, passei literalmente longe desse sentimento. Parece que nem capacete usou. Sabe, homenagem feita pela Casa do Povo – justiça seja feita, aprovada pela esmagadora maioria mas não por unanimidade – faixas de quem era contra foram rasgadas.


Esquecer da tragédia autoritária que assola Brasil afora nos últimos seis anos – começou em 2016 e piorou de vez a partir de 2018 - não vai rolar. Os brucutus e seus simpatizantes (incrível nutrir simpatia por isso), ao que parece, criaram a empatia e pertencimento de aluguel. Movido à esmolas milionárias de última hora. Com prazo de validade até o fim de ano. Depois, deus nos ajude.


Longe de ser um católico católico, apoio a sugestão de indicar o padre Júlio Lancelotti para o Nobel. Iniciativa do jornalista jornalista Jamil Chade. Ambos, em suas áreas, são de outro patamar. Que bom.
Como cantou a Cibelle na música do finado Marcelo Yuka: Precisamos de mais barulho, mais barulho do que bombas, tanto fora, quanto dentro.

Ou, a jornalista filipina que venceu o Nobel da Paz, Maria Ressa, cujo governo quer fechar o seu veículo independente: “quando desistimos de nossos direitos, jamais conseguimos eles de volta”.


Se colocar no lugar do outro já é um caminho. Preciso lembrar mais disso.



Ah, se você sente falta das dicas. Estou com The Jesus and Mary Chain de som de fundo. Uma versão Deluxe do The Damage and Joy, álbum originalmente lançado em 2017, depois de 19 anos sem nada de estúdio.


Na real, achei que nem existia mais até que vi o nome da banda escocesa em um tuíte do Barcinski. Para variar, o álbum é muito bom. Rola aquelas guitarras, microfonias tradicionais, não sei porquê, mas lembrei do Sonic Youth. Só que, mais calmas do que seus sons anteriores. Eles podem tirar o pé, tem muita moral para isso.


The Damage and Joy versão 2022 tem 17 faixas e, na época, há cinco anos, foi bem recebido pela mídia gringa especializada. Então, quem sou eu para falar algo. Qualquer coisa aproveita e relembre o quanto é bom a sonzêra da banda criada pelos irmãos Jim Reid e William Reid, lá em 1984.


Um pitaco: minha música preferida segue aquela que tem em O Corvo (The Crow) – maldito filme que vitimou Brandon Lee, de 1994. Aliás,a trilha sonora deste filme pode se encaixar na lista daquelas que são melhores do que seus longas-metragens. Ou, não? Bom mote para uma próxima conversa.


É isso.

Se chegou até aqui, espero que tenha gostado.

Abraço, se cuide.


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Momento Passando o Chapéu


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Valeu

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