Eleição no país dos outros é refresco

 

Solte suas feras, caia na gandaia, porque qualquer coisas está longe daqui mesmo (?!). Olha só o exemplo – e que exemplo – mais recente. A do United States of America.

Decisão emocionante”. “Momentos de tensão”. Tenho minhas dúvidas se são termos apropriados. A capacidade de muitos para transformar as coisas em novelas, peças de ficção, é incrível. Quando escuto isso da boca dos especialistas penso: “What?”. Gente, achei que, neste caso, a situação envolve só a nação mais influente do Ocidente. Deve ser meus cabelos brancos. Hora de brincar (?), vale um meme, uma tirada, mas em programa, jornais, sites jornalísticos sei lá… parece querer tirar o tão quão sério são esses dias.

Por outro lado, e já vem de outros quadriênios, interessante é chamar abertamente um lado de candidato conservador, o outro liberal, até comunista, quando há. O cenário muda quando olhamos para o próprio umbigo, a nossa zona (eleitoral). Aqui, fulano raramente é caracterizado como conservador, imagine nomeá-lo de extrema direita. Porque vale para o Mister, o señor, e não para o presidente, o governador, o senador. Porque tantos receios em dizer o que realmente é. E, a titubeação passa longe para citar um político estrangeiro. Seja estadunidense, russo, iraniano, boliviano ou outro.

Às vezes a ordem vem de cima. Ocorre. Uma pena. Justificável. Em um país em que jornalista é tratado como vagabundo, para dizer o mínimo, a maioria tem de acatar ordens. A minha grita é com os que tem moral suficiente para dar nome aos bois. E passam pano.

Há pouco tempo, veio até um tal de intervenção militar, regime militar, para o que no Chile, na Argentina, no Paraguai, muitos desses enchem a boca para dizer que adequadamente, ditadura. Depois da decepção ou da frustração, o termo correto para o que o Brasil passou entre a década de 60 e 80 parece que voltou a ser usado. Que bom. Eu acho.

Aliás, só para fechar o caso Estados Unidos. Cuja forma do pleito é anacrônico, confuso e sujeito a terminar no tapetão, dois fatores diferem muito dos que tentam imaginar algo semelhante para a nação tupiniquim em 2022. E, creio, mantém a democracia irremovível na terra estadunidense.

O primeiro, a imprensa lá é forte. De verdade. E, motivo de orgulho do povo, heróis, vide aonde trabalham Clark Kent, Peter Parker, Kara Denvers, e no mundo real, Watergate, para ficar no mais conhecido. 

O segundo: os militares estadunidenses sabem muito bem o seu papel na política. Ficar fora dela o máximo possível. Neste ano, Trump até ensaiou algo “os militares estão comigo” e levou um singelo esculacho do principal general da nação mais armadas do planeta. Calma, não defendo armas nem o jeito darwiniano que os USA para defender seus interesses além das fronteiras. Isso fica para uma outra hora.

Esse país talvez nunca esteja tão cambaleante em sua política de mais de 200 milhões de eleitores. E, por isso, torço para que tudo dê certo para fazer jus a uma das minhas frases preferidas.

A pior democracia é preferível à melhor das ditaduras – acho que é do Ruy Barbosa.



Baseados entre outras coisas, nesses links

Trump perdeu popularidade junto das Forças Armadas

https://www.acorianooriental.pt/noticia/trump-perdeu-popularidade-junto-das-forcas-armadas-317947

Quem disse? - Frase atribuída a Ruy Barbosa

https://quemdisse.com.br/frase/a-pior-democracia-e-preferivel-a-melhor-das-ditaduras/54762/



Menção nadíssima honrosa

O que foi isso de estupro culposo? - O show de horrores da macheza e da sociedade brasileiras parece nunca chegar ao limite. Esgoto é pouco.

Dicas para (não) desopilar

Do NY Times – Enquanto a gente usa os meios tradicionais para se informar na eleição, a geração que ainda não tem idade para votar vai de Tik Tok. Uma boa para entender porque esse negócio e levar a sério. Começo a entender porque tanta gente grande tem medo desse 'brinquedo'. 

"Noite da eleição no TikTok: ansiedade, análise e pensamento positivo" 

https://www.nytimes.com/2020/11/04/style/tiktok-election-night.html?smid=tw-nytimes&smtyp=cur

- Mais uma indicação do amigo Heric Steinle. Tom Morello (Rage Against the Machine) e Slash (eterno Guns and Roses) fizeram esse petardo chamado Interstate 80. É uma das cinco músicas do trampo Comandante do sempre engajado Morello. Vale a pena demais dar uma chance a esse som. Alto.

- Under Pressure - Clássico do Quenn/Bowie na voz de Karen O e Willie Nelson. Essa colei da dica do Bruno Natal, do Resumido

Escute aí a música - https://open.spotify.com/track/7rtNxSatiqmLKb4G71k1yn


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*Esse texto aí foi publicado em 6 de novembro de 2020. Em virtude das férias da criançada, me dei o direito de dar um tempo, pelo menos por aqui. No próximo, comecinho de agosto, volta a programação normal.

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Momento Passando o Chapéu


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