Parece que a educação no Brasil vive de castigo

Eis que chegamos nas férias escolares do meio do ano. As primeiras para valer depois do fim das principais medidas para frear o máximo possível a Covid. Embora, muitos fizeram questão de fazer o mínimo. Criançada, jovens, e afins têm de se divertir da melhor forma possível. Carpe diem.

Já para mães, pais, educadores e quem se importa com o ensino no Brasil, as coisas estão longe do agradável. Ou, aceitável.

Saiu na BBC Brasil, que nossa gloriosa nação desperdiça 40% do talento das crianças. Vale muito a pena ler. Encare como uma necessária lição de casa. É visível o quanto a pandemia ajudou a detonar o ensino,sobretudo de quem é pobre. Embora, por a culpa somente no vírus é coisa de ex-aluno preguiçoso que, aliás, já disse que ler não é muito a dele.


Com exceção de uns poucos, geral sabe que estudar é uma coisa que se leva para a vida. Ninguém tira de você o conhecimento adquirido. Entretanto, é preciso sempre elevar o sarrafo. Aprender mais e melhor. De preferência, com incentivos decentes, docentes, professores motivados, estrutura.


Isso faz parte de um processo. Ou, deveria. Vai desde o primeiro dia, de uniforme, e uma hora do recreio que parece demorar para chegar, até o ensino superior ou alguma outra alternativa que permita ao aluno ir longe com seus sonhos. De fazer o bem para você, para sua região, ao país, ou “apenas” retribuir o que recebeu de bom enquanto estudou.


Investir em educação jamais é despesa. Boas escolas, universidades, fazem o povo pensar mais, expandir os seus horizontes. A chance de se pensar um país mais justo, menos dependente de ciência e tecnologia estrangeira, é tão óbvia, que ao dizer isso me sinto meio no modo decoreba.


Só que na prática, os ares que vemos nos últimos anos é de reprovação. Segundo o site Extraclasse, os cortes de verbas para pesquisas superam R$ 80 bilhões em sete anos. O mais recente reduziu a previsão orçamentária do Ministério da Ciência e Tecnologia em R$ 2,92 bilhões. Difícil…


Em uma sociedade em que, por vezes, um cachorro com fome causa mais comoção do que gente na fila da miséria, é preciso ser direto no be-a-bá. A criança com um ensino lixo e com fome – já cantou Chico Science, com a barriga vazia não consigo dormir e com o bucho mais cheio comecei a pensar - é o potencial jovem que a “elite” vai chamar de bandidinho por escapar da prisão por ser de menor. No futuro, o que esperar? Ah, é o vagabundo que prefere morar na rua do que trabalhar. Muitas vezes, a pessoa mal sabe ler. Sim, simplifiquei um monte, perdão. Mas, deu para entender, né?! Tomara.


Chefe, o mundo real não é esse particular, essa escola com segurança em vários aspectos que você, seu filho, sua família confortavelmente habita. Daí, alguns dizem defender ensino de qualidade para todos. Ainda bem, né?! Mas, com argumentos surgidos da sua bolha ou de mensagens que chegam ao seu celular, berram contra o sistema de cotas. Esse pensamento Casa Grande somos nós, Senzala são vocês, é de lascar. Um atraso enraizado em nossa história, que voltou com força total pelo menos desde 2013, 2014...


Olha só, em São Paulo, unidade da federação mais rica do país, o governo estadual não conseguiu preencher todas as 2900 vagas para professor temporário. Sobraram 500. Sem concurso público desde 2013, vão dar o famoso “jeitinho” para suprir a demanda. Contratar agora não vai rolar. Só depois de eleição, pois a Justiça proíbe. Pode caracterizar uso da máquina pública para fins eleitorais.


Será que a PEC Kamikaze, dos 40 bilhões do poder federal, digamos, deve ser encarada como uma exceção á regra legal? Mesmo que uns achem que isso é pura compra de voto. Tire suas próprias conclusões. Falta justamente o quê para a maioria entender melhor o que é essa bomba? Educação.


É isso.

Se chegou até aqui, espero que tenha gostado.

Ah, eu ia por umas dicas, mas vou deixar para o próximo post, beleza?!

Abraço, se cuide.


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Valeu

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