A aparofobia vai ganhar espaço. Para o bem e para o mal.

E aí, beleza?!

A-po-ro-fo-bia. Em meu limitado vocabulário, esta palavra entrou há pouco. O ideal é que ela entrasse apenas a título de conhecimento. Ou, melhor era nem ter a necessidade de sua criação. De sobremaneira deixaria dicionário algum menos rico.


Tropecei no termo Aporofobia por meio de uma live do Christian Dunker, com Júlio Lancelotti. Aliás, tem gente boa que sonha com o padre porreta entre os indicados ao Nobel. 

Olha só, o que o jornalista (dos melhores) Jamil Chade escreveu em “Carta ao Nobel: conceda o prêmio da Paz ao padre Júlio Lancellotti. O link é https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2022/06/26/carta-ao-nobel-conceda-o-premio-da-paz-ao-padre-julio-lancellotti.htm


Na live O desprezo pelo Pobre, rolou um papo legal entre os dois com foco sobretudo na Aparofobia. Se você também chegou agora, significa basicamente o ódio aos indigentes, a aversão aos desfavorecidos, aos pobres. O termo tem origem espanhola, e foi cunhado pela escritora e filósofa Adela Cortina. 


Aliás, encontrei uma entrevista interessante dela, de novembro de 2020, ao BBC News, e publicado também no link https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2020/11/03/nao-rejeitamos-estrangeiros-se-forem-turistas-rejeitamos-se-forem-pobres.htm


Entre os pontos da entrevista, a espanhola diz que, “a aporofobia ameaça a democracia porque viola a igual dignidade de todas as pessoas, exclui os pobres, os que parecem não ter o que trocar...É radicalmente excludente, quando a democracia deveria ser inclusiva.”


Novo retorno ao papo Dunker-Lancelotti, pois como na piadinha bem Campo Grande, só duas coisas não tem retorno: a morte e a avenida Júlio de Castilhos.


Cara, a material da live é o tipo de conversa que merecia um espaço em um bom horário em tevê aberta. Ou, pelo menos, mais compartilhamentos. Já que compartilhar comida não parece ser a seara de muitos cidadãos de bem. Em pleno 2022, humilhar quem não tem nada e negar cesta básica, é de embrulhar o estômago.


Para a dupla presente na live, os ricos no Brasil conseguem ser ainda mais praticantes da aparofobia do que os de outros países. Com base em suas experiências – e bota experiência nisso - argumentam que os muito bem de vida tupiniquim sentem um prazer em maltratar o morador de rua. O quase humano, como fala Lancelotti em alusão ao Quasímodo do Corcunda de Notre Dame.


A energia que o padre transmite, a firmeza em suas palavras, é de deixar a gente até desconfortável. Tipo, “puts, que coisa, a gente faz tão pouco”. O conhecimento das ruas, de seus moradores, passa longe da demagogia.


Eu sempre tentava achar um sentido em campanhas “não dê esmola”, coisa que escuto desde moleque, encontrei um “que bom, não estou errado” depois de ouvir suas palavras. Questiona o porquê das pessoas se preocuparem tanto como o paupérrimo vai usar as moedas – que para ele é muito – e não se esforçar em fiscalizar por exemplo em quê um político gasta o dinheiro (vivo?) que recebe da gente.


E, por aí desenrola o bate-bola no YouTube. Coisas que esquecemos. Com ou sem dinheiro no bolso, todos tem sentimentos, sonhos, desejos. A aparofobia dá de ombros, tenta controlar, robotizar os Quasímodos de hoje.

Para quem, como eu, deseja ao menos tentar entender o novo termo, ficam aí as dicas.





Agora, se você já está a par, fique à vontade para indicar mais coisas, acrescentar no debate, e por aí vai. A aparofobia, assim como racismo, fascismo, machismo, homofobia, tem de e vai ganhar espaço. Para o bem e para o mal.


É isso. Se chegou até aqui, espero que tenha gostado.


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