A dica de hoje é um lixo antigo, mas extraordinário

 


Chegando a hora, hein?!

De separar as coisas boas, ou nem tanto, das péssimas.

Do que vale a pena reaproveitar, reciclar, do que é lixo na acepção mais abjeta possível.

Vem do lixo, ou melhor, do aterro sanitário, a dica da vez. O tradicional momento, Atrasado,

Eu tô um pouco sim, Tô, eu acho.


Lixo Extraordinário, de 2010. Assisti na Netflix, mas parece que tem para assinantes da Globoplay, e Telecine, e até no YouTube. 

Adianto que sou fã do Vik Muniz faz mó tempão. Acho que desde eu vi uma reportagem dele na Revista Trip, da época em que havia bancas de revistas espalhadas no centro de Campo Grande e vendiam...revistas. Por baixo, fim dos anos 90 começo dos 2000.

O paulistano, hoje em seus 60 anos, fez umas obras que retratavam caras famosas com base em alimentos – macarrão, chocolate, etc – e ficou muito, mas muito bacana.


Vik Muniz é reconhecido mundo afora. Qualquer coisa, joga o nome dele na pesquisa e vai perceber. Então, eis que o documentário Lixo Extraordinário foca no processo de imersão do artista plástico em um aterro sanitário situado no Jardim Gramacho, Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Na época, considerado em volume, o maior depósito de lixo a céu aberto do mundo.


O projeto idealizado é fazer um ensaio fotográfico com pessoas que trabalhavam como catadores de materiais recicláveis. Criar imagens delas e “pintando” com materiais encontrados naquele cenário nada agradável.


Em meio às histórias, umas talvez até comuns, outras, nem tanto (como o pessoal que adora (bons) livros, e, óbvio, o processo criativo - foram dois anos de filmagem - o que me chamou mais a atenção foi um trecho de, talvez, nem dois minutos. A conversa entre Vik e sua equipe sobre o choque na realidade dos catadores em adentrar em um mundo de “glamour” . Ensaios fotográficos, talvez viagem ao exterior.


O debate de como isso poderia mudar a cabeça dos personagens – ao ponto de, quem sabe, nem querer mais retornar à “vida” de catadores de materiais recicláveis -, é bastante pertinente. Até que ponto vale interferir tanto na vida de quem mal tem onde morar? Em alguns momentos, até o Vik Muniz dá uma bugada, tilt, fica confuso ou sente um certo peso na consciência por ter teoricamente tudo que uma “vida ideal” pede.



Durante a aproximada hora e meia, o longa dirigido pela britânica Lucy Walker, e João Jardim e Karen Harley, ambos do Brasil, navega em um misto de arte, esperança, realidade, tristeza, e resiliência. Emociona. Foi indicado a Oscar de Melhor Documentário, e faturou prêmios em festivais como Sundance e de Berlim.


Na boa, não lembrava destas premiações. Melhor assim. Não sobrecarregou as minhas expectativas.

Ao fim, rola uma faixa do Moby, meio para tentar dizer que, até no lixão nasce flor.


Se você já viu, beleza, fique à vontade para falar o que achou. Se não, fica a dica. Doses de pertencimento sempre são bem vindas.





Um pouco mais sobre Vik Muniz em

https://www.todamateria.com.br/vik-muniz/

https://www.infoescola.com/pintura/a-obra-de-vik-muniz/

https://revistatrip.uol.com.br/trip/o-brasil-de-chico-e-vik-muniz

https://www.ebiografia.com/vik_muniz/



É isso. Se chegou até aqui, espero que tenha gostado.


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