Dica da vez é rap antigo. Do México. Dos bons

 

E aí, beleza?!

Os dias seguem estranhos. Depois de um certo alívio pós-30 de outubro, a realidade não faz me colocar os pés no chão. Ela parece me enterrar.

Gal Costa, Rolando Boldrin. Que semana para a música, hein?! Toda gama de homenagens será justa, merecida. Prefiro aprender e apreender com quem manja da carreira destes dois. E, claro, escutar muito.


Deste modo, a dica da vez é un poco fora da curva. Sei lá se o ótimo Breaking Bad, série que comecei a ver somente um tempo atrás – ainda faltam umas duas temporadas - engatilhou minhas lembranças de quando mais novo. Adorava filmes de ação com temática mexicana. Não por acaso. Minha cerveza preferida é de lá. Pena que atualmente não é para o meu bolso.

O sotaque deles, a gíria dos que viviam nos States, fascinava este que escreve.


Vi e revi Marcados pelo Sangue (Blood In, Blood Out, 1995), uma pá de vezes. Daí juntar com o gosto pelo rap foi um pulo. E um álbum que me marcou muito foi Mucho Barato, do Control Machete. Que, fique claro, saiu bem antes dos filmes Machete, do icônico ator Danny Trejo. Estes vieram de 2013 para a frente.


Achei que havia sido lançado em 1997, daí que completaria 25 anos agora. Porém, ao que tudo indica, o primeiro álbum do trio formado por Fermin IV, Pato Machete, e o DJ e produtor Toy Selectah, saiu em 1996. Agora, já foi...abrirei uma exceção.


Em um lapso da década de 90 teve um mini boom de som alternativo em língua espanhola. De cabeça, lembro de Cafe Tacuba, Orishas, mas tinha bem mais. Ilia Kuriaki, Los Fabulosos Cadillacs, e por ai vai.


E Control Machete veio como um bom representante do rap mexicano. Lá de Monterrey, o álbum Mucho Barato é também o melhor da curta discografia dos caras. Depois desse veio o Artilleria Presenta, em 1999, ano em que Fermin IV participou com o Cypress Hill de uma música, a Siempre Peligroso (vídeo abaixo), no álbum Los Grandes Éxitos En Español da famosa banda latino-californiana.





Em 2002 saiu o Solo Para Fanáticos, que já não é beeem um álbum só de inéditas. No ano seguinte, veio o Uno, Dos: Bandera, e, parou por aí. Ao que tudo indica, em 2004, cada um foi seguir seu caminho para além das fronteiras.


Mas o assunto aqui é Mucho Barato. O álbum começa com um faixa homônima, e sem medo de ser mexicano. “Reivindicação da consciência, sem chorar, sem ferir, e não se sinta mal porque sou mexicano”, brada os caras, em cima de uma batida forte, típico do rap dos anos 90, sem muita firula.



Na sequência, uma das faixas mais legais. Com um refrão movido a “¿ Me comprendes? ¿ Mendes?

(Mírame a los ojos verás lo que soy) ¿Me comprendes mendes? (Mendes comprendes, yo soy el el control)”, com um pouco de esforço dá para sentir até aquele calor estampado nas paisagens típicas mexicanas.





De praxe naquela época, todo álbum de hip hop tinha um som mais “calminho”, ou reflexivo. Así Son Mis Dias é desse jeito. “Pienso y planeo lo que vengo haciendo. Marca en el día, busco la salida,

Toma lo que quieras, Más no la que es mía, Todo es parte, la brosa, familia, Aunque no comprendas así son mís días.”




São dezoito faixas em quase uma hora, umas mais, outras menos, porém, no geral retrata um México, ao menos da década de 90, como o rap exibe as mazelas de onde sai, seja nos EUA, no Brasil, ou em qualquer lugar.

La Lupita, Grin-Gosano, e Cheve destilam letras pesadas em meio a um som que mistura as batidas com ritmos tradicionais do primo pobre da América do Norte.


E, é isso. O jeito é escutar. No geral, a vontade de pular de faixa vai passar longe.

A quem curte rap ou deseja escutar uma coisa diferente em espanhol eu recomendo. Até porquê vale a pena olharmos mais vezes para a América Latina.


Se interessou, vão umas sugestões de onde escutar:

- Control Machete Full Album no YouTube

https://youtu.be/weqjl03B-Yw


- Control Machete Mucho Barato no Sporify

https://open.spotify.com/album/12Fkvf2oi1B6yjDwkMrUog?si=ndzNxORUQk6qvmF7U-aXBg



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