Pode até tirar as crianças da sala para ver Mignonnes. Depois, vá cuidar delas


 E aí, beleza?!

Voltei. Das férias. Valeu para curtir a filhota. Nesse período meu filho foi aprovado na Universidade. É Federal. Puta orgulho. Feliz por ele.

Bora ao que interessa. A dica da vez.

Faz mais de ano, tinha salvo na minha lista da Netflix, esse filme: Mignonnes (Cuties). Mais por fora do que tudo, essa semana que fui dar uma googleada rápida. Meu, do pouco que vi, só aumentou a minha predileção pelo longa francês de 2020 dirigido pela jovem diretora Maïmouna Doucouré, 38 anos, nascida em Paris.


No Brasil, parece que o nome do longa saiu como Lindinhas. 


Olha, depois que assisti a produção premiada no Sundance Festival, indiquei para uma amiga. A Claudinha já é mãe, avó, assim como eu, tem gente da família com a mesma idade das personagens do filme: 11, 12 anos, por aí.


Queria que ela visse para ter uma outra visão. Ela disse mais ou menos assim:

“Vi o filme! Gostei muito! A cena final me emocionou!

Aí tem a hipersexualização das adolescentes através da dança, será que é só pela arte? Ou levam as adolescentes a terem uma visão diferente de seus corpos! Porque a adolescência é uma fase de descoberta! No caso da Amy ela queria ser inserida no grupo!

Acho que faz parte do desenvolvimento das relações de amizades adquiridas ao longo do crescimento pessoal ... E de como as meninas se relacionam com o mundo!

Ficou bem claro que falta diálogo entre pais e filhos! Relações conturbadas e equivocadas levaram as atitudes de Amy!”


Confesso que certas cenas me perturbaram. Como disse certa vez um cara que admiro – André Forastieri – o problema está no adulto, não na criança. Só que, sei lá. O mundo está longe de ser um mar de rosas.


Deste modo, Mignonnes afunda o dedo na ferida. Explicita e faz questão de extrapolar os limites que geral nem imagina o que acontece na cabeça dessa criançada (sim, é criança) com tanta facilidade de acesso a tanta coisa por meio da internet e redes sociais.


Opa, se você ainda não assistiu, o filme se baseia no ponto de vista de uma menina de onze anos, imigrante, de pais muçulmanos, e além dela, um irmãozinho que ela tem de cuidar. A mãe rala o dia inteiro e sobra para Amy (Fathia Youssouf) fazer as tarefas domésticas, e tal.


Daí, ela flagra outra menina, Angelica (Medina El Aidi), dançando enquanto colocava roupas para lavar. As duas estudam na mesma escola, e Angelica faz parte de um grupinho de meninas “descoladas” que tem como principal objetivo entrar em um concurso de dança.


Amy, por sua vez, quer por que quer fazer parte disso, se enturmar e tal. Pronto, paro por aqui. Assista, ou assista de novo.


Me surpreendi com o filme. Quando salvei na minha lista, esperava outra coisa. Até porquê tampouco sabia do barulho que provocou mundo afora, e, no Brasil.


Acusaram a produção de convite para pedófilo, apelativo, e outras coisas. A indicação é 16 anos. Prefiro que minha filhota não veja. Se ver, que seja comigo ou a mãe dela ao lado. Para trocar ideia e sem conversinha para enrolar a pré-adolescente. Até porquê, essa mulecada, de boba não tem nada. Quer dizer, tem, sim. 

Mignonnes mostra um pouco disso. No fundo, ainda gostam muito de brincar, e ao mesmo tempo, “brincam” de imitar os adultos.


Talvez você discorde, só que acusar o longa francês de apelativo e tal é um misto de demagogia e patrulha ideológica. Se a Damares fez campanha contra a produção é mais um sinal que a hora e meia da montanha russa vivida por Amy vale ao menos um voto de confiança.


“"Eu queria abrir os olhos das pessoas para o que realmente está acontecendo nas escolas e nas redes sociais, forçando-as a confrontar imagens de meninas maquiadas, vestidas e dançando sugestivamente para imitar seu ícone pop favorito. Eu queria que os adultos passassem 96 minutos vendo o mundo pelos olhos de uma menina de 11 anos, que vive 24 horas por dia. Essas cenas podem ser difíceis de assistir, mas não são menos verdadeiras como resultado", defendeu Doucouré, no artigo publicado pela Washington Post. Este trecho eu copiei e colei do site labdicasjornalismo.com


Acho que é por aí. Se alongasse pareceria um papagaio ou soar vazio.


Em todo caso, se quiser, diga aí, o que achou.

Bora dar atenção para as crianças. Sim, nisso eu também estou devendo.


Aliás, parabéns pelo Dia da Mulher. Como se precisasse, né.





- Link que tem a ver com o post

“Mignonnes: novo filme da Netflix divide opiniões entre os internautas”

https://labdicasjornalismo.com/noticia/4671/mignonnes-novo-filme-da-netflix-divide-opinioes-entre-os-internautas



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Se não, tranquilo. Dá nada, não.



Só de chegar até aqui, brigadão pela companhia.


Abraço, cuide-se.

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