Enxame fala de fã-natismo e coisas más. É a dica da vez

maio 04, 2023

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E ai. Beleza?!

A dica da vez é Enxame, lá da Prime Vídeo. Uma série de sete episódios lançada em março deste ano. Na real, eu pincei a sugestão lá do podcast Resumido, feito pelo Bruno Natal, se não me engano, mês passado. Se você se interessa sobre como a tecnologia impacta geral, eu recomendo. É bastante informação a cada episódio semanal.

Então, Enxame (Swarm), tem uns quatro diretores. Adamma Ebo, Ibra Ake, Stephen Glover, e Donald Glover. Este último, se não reconhece pelo nome, se ver a carinha dele talvez você mate a charada. Ele também é, entre outras coisas rapper, e ator. Lembrei dele por causa do Community, mas é conhecido por mais gente por Atlanta – este não vi nada.

Enxame tem como protagonista Dominique Fishback na pele de Dre. Ela é uma fã obcecada pela pop star Ni'Jah, tanto que criou o fã-clube intitulado The Swarm (O Enxame). O ponto de partida é que ela consegue um par de ingressos (certamente, caro pra caramba) para o show de sua diva, e a vontade de ir junto com a sua irmã Maressa (Chloe Bailey).

Mas, dá ruim. Maressa morre (nem dá para dizer que é spoiler, pois o fato se dá muito no começo da série), e Dre fica inconsolável. A ardorosa fã de Ni’jah não suporta duas coisas: a morte de sua sister, e, muito menos, quem fala mal de sua super ídola.

Dre inicia então uma cruzada em que o objetivo principal, eu acho, é assistir de pertinho um show da artista. Para isso, olha o clichê, não vai medir esforços Estados Unidos adentro.

Um dia depois de terminar de ver a série (cada episódio tem em média 30, 35 minutos), disse para um amigo que tive a sensação de ser estranhamente engraçada.

Porém, é mais do que isso. Interessante é ver tanto diretores, como elenco, são jovens e dão conta do recado. Óbvio, já trazem uma bagagem adquirida em outros trabalhos, sobretudo experiência diante de câmeras e em palcos.

De cara, Enxame ironicamente manda um “isso não é uma obra de ficção”. E, poderia nem ser, mesmo. A tal Ni’jah foi livremente inspirada em Beyoncé, assim como alusão a alguns incidentes, sei lá. Li em um link do Tecmundo, que aliás dissecou a série. Depois de assistir e, se tiver gostado, vai lá no site dos caras. Tem bastante coisas sobre as peripécias de Dre e (sem) companhia.

Enxame tem elenco predominantemente negro – para quem gosta de Billie Eilish, ela é uma das exceções ao participar de uns episódios – e, o racismo é alfinetado em um dos melhores episódios da série, em que, curiosamente, a protagonista mal aparece.

Neste, a detetive Loretta Greene, vivida por Loretta Greene, fala como investiga o caso Dre e – humor ácido – fala que uma possível serial killer negra é tratada como invisível aos olhos da imprensa. A invisibilidade racial. É… tem seu ar de estranhamente (ou morbidamente) engraçado.

Boas participações de coadjuvantes á parte, confesso que tenho a tendência de sempre preferir eles ou elas aos protagonistas, neste Enxame, Dominique Fishback domina a bagaça.

A nova-iorquina de 32 anos, que está no elenco de Judas and The Black Messiah, de 2020, deu conta do recado, tanto visualmente – muda bastante no decorrer da série – como na interpretação, mesmo. Sua personagem é capaz de passar uma simpatia e, minutos depois, te dar outro tipo de impressão.

Enxame tem umas partes que me lembrou Black Mirror (opa, sou suspeito, acho Black Mirror muito, muito), e toca, sem falso moralismo, nessas encruzilhadas que vivemos hoje trazidas pela internet e adjacências.

Também pincela em temas como sexualidade e, óbvio, fanatismo de vários jeitos.

Mais, não conto. Se assistir, me conte tu.

Fica a dica.