Para começar, desative as notificações

Cara, desta vez, começo do fim. Eu acho. Geralmente, encerro com umas dicas para desopilar e tal. Ou, não? Que Dilema...Social.

Eu tinha visto chamadinha da Netflix quando entrava no aplicativo. Mas, nem dei muita bola. Daí que a newsletter Homework, do André Forastieri, deu a letra.

“Você já viu ‘O Dilema Social’? Está lá explícito, em 4K no Netflix, o nível de manipulação a que somos todos submetidos pelos gigantes digitais. E não é teoria da conspiração: são os próprios executivos e engenheiros que criaram o botão de Like do Facebook, o algoritmo do YouTube e companhia entregando o jogo ― e preocupados com os Frankensteins que criaram.

Assista, espalhe, mude seu comportamento. A primeiríssima coisa (e isso é particularmente fundamental para sua produtividade, e portanto para seu futuro profissional): desligue as notificações do celular. Elas são vício, desperdício, crack.”

E calhou de eu estar sem nada urgente para fazer naquela hora e, bora lá ver esse negócio. The Social Dilemma (nome original) é um documentário da Netflix sobre o impacto que as redes (às vezes nada) sociais fazem na vida dos bilhões que as usam. O estrago que é capaz de fazer nas democracias.

Eu fiz o máximo para não ler nada sobre este doc de mais ou menos uma hora e meia. Além do Forastieri, tropecei no comentário do Bruno Natal em seu podcast, o Resumido

Creio eu que para muitos vai parecer chover no molhado. “Ah, deve ser daqueles filmes que dizem que a internet vicia, que temos de ter cuidado com as nossas crianças, que tem um monte de gente que aproveita para semear o caos, etc”. Mas, vem cá, tu nem desconfia que isso aconteça? Duvido.

Porém, no caso do Dilema Social, são os próprios responsáveis por arquitetarem o Facebook, o Instagram, Twitter, Pinterest, Google e tal que fazem um meaculpa.

De como saiu do controle. E, de como estas gigantescas empresas operam para deixar eu, você, cada vez mais ansiosinho perto do seu smartphone. Quase uma admissão de como os famosos algoritmos e muito mais são usados para criarem bolhas - em que você parece viver em um mundo só seu e com seus amigos.

Duro é que, quanto maior a bolha, maior o estrago que ela pode causar se usado para fins nada bacanas. Como citou o Forasta, tem até entrevista com o cara que criou o botão joinha do Face, que hoje ele não curte muito. Aos da minha geração ou perto dela, referência ao Exterminador do Futuro, Show de Truman, Matrix, estão lá.

Mãe, pai, educador, tio, avô, vó, político, formador de opinião, preocupado com o que pode virar da sociedade se deixarmos nosso destino e os de quem nos importamos nas mãos destas empresas que na verdade vendem você, vale a pena assistir o documentário.

Calma, não é para engatar o modo bloquear e sair literalmente de tudo quando é aplicativo. Até porquê, como alguns dos entrevistados reconhecem, é praticamente impossível. Seja por trabalho, ou por causa dos familiares e amigos longe, ou porque fácil de ficar sem está longe de ser.

Apesar do tom pessimista, o Social Dillema busca um pouco achar um meio termo. Ao o que a internet era no começo, um lugar legal. Mas, enquanto a solução parece longe eu acatei uma das sugestões. Desativei uma pá de aviso de notificação. Já fazem três dias!!!

Vê lá, depois me fala.



- Nossa dose anti-COVID desta vez é:

Como é bom escutar o Miguel Nicolelis

palhinha em uma palestra on-line do Congresso da Abraji*

falou sobre o culto a cloroquina

o papa da cloroquina é o Trump, e o coroinha, Bolsonaro

citou Marshal McLuhan

falou sobre a ‘Sociologia da Ciência’

há muitas coisas por detrás das publicações científicas

muita vaidade

Reconhece que não tem apreço pelo corporativismo entre cientistas


E, a vacina? Para o professor doutor, é melhor pensar a longo prazo. Haverá ainda muita briga pela tal cura.

“Mercado de trilhões de dólares e alvo da geopolítica

A vacina é a ‘maior disputa comercial’ das últimas décadas

Provavelmente só se rivaliza neste momento

com a disputa energética”


O cientista, reconhecidamente um dos melhores do mundo prossegue

“Desinformação e fake news matam

Com a cloroquina criam um universo paralelo

Todo país deveria ter um comitê científico,

casos da China e da Alemanha, linha direta com Xi Jinping e Angela Merkel”


Responsável pelo Comitê Científico do Nordeste fala com franqueza

“Não existe essa tradição no Brasil, não é fácil esse diálogo

Os gestores não foram educados para escutarem os cientistas

No mundo e no Brasil (mais), tudo tem seu viés político

Ainda está para nascer um sistema político brasileiro que realmente

dê atenção ao que os cientistas são capazes de oferecer.

Não é uma questão antagônica

É uma questão de sinergia”


O Brasil está em um caminho bem (f)errado, fala Nicolelis

‘Para ser yotal vassalo da economia mundial

Não existe projeto de soberania nacional sem investimento

Em saúde pública

Educação de alto nível e

Ciência de alto nível.

Estes tinham que ser os orçamentos

E os ministérios á frente de qualquer

projeto de soberania nacional e de

governo brasileiro”


Continue, por favor, professor

‘Os outros caras, o da Fazenda, o da Economia tinham de ser postos

lá no puxadinho com uma calculadora

para achar o dinheiro para pagar o que tem de ser gasto

e não ser o primeiro ministro do Brasil’.


Que receita, hein?! Tudo a ver com nossa farmacinha DK.

*Abraji - Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo


- Dica: Vale a pena traduzir

Entrevista da Jane Fonda para Maurreen Dowd, ao New York Times. O legal é que ela não falou só sobre meio-ambiente. Disse coisa pra caramba. Hollywood, música (há uma teoria de que Sexual Healing, do Marvin Gaye, foi em sua homenagem), o que ela sente hoje pelo Marlon Brando. Sacou o peso? 

Afirma que as suas legging de ginástica fizeram mais sucessos do que a da atriz de Flashdance e diz o porquê. De quebra, essa novaiorquina que já foi desde atriz, musa, modelo, hoje também é militante, ainda encontra tempo de se enveredar pelo Tik-Tok.

Muito boa mesmo a entrevista. O meu conhecimento de inglês é péssimo, mas o que eu entendi, achei bem legal.

- Menção não menos importante: Naomi Osaka


Já gostava dele em quadra. Agora, virei fã dessa tenista de mãe japonesa e pai haitiano ao usar a cada jogo uma máscara com o nome de uma vítima preta morta pela violência policial nos Estados Unidos durante o Aberto disputado em Nova York.

Saiu do torneio campeã pela segunda vez. E com a moral elevada a décima potência essa garota que faz 23 anos no mês que vem, e mesmo no Japão, sofre preconceito. Zoam e criticam o fato da sua pele ser escura para o padrão nipônico. Racismo, uma praga mundial.

Na real, tinha mais coisa de falar de como ela mexeu com meus sentimentos nipo-brasileiro-cidadão-de-nenhum-lugar. Vai ficar para uma próxima, quem sabe em novembro, escrevo algo consciente disso.

- Para desopilar, parte II

- Salvei mais umas músicas lá na Playlist do Kishô, do Alceu Valença, Sepultura, e do Chemical Brothers. De deixar o sismógrafo doido.

Sobre as filiais do Drugstore Kishô (as redes sociais do Zuckenberg) - caso você não saiba, alguém denunciou como conteúdo abusivo o post, em que entrevisto um médico-epidemiologista para falar sobre futebol e Covid-19.

Desde então, Facebook e Instagram meio que podaram quase todas as ações que teoricamente eu teria direito. Então, tá meio capenga e desculpe se ficou mais trabalhoso clicar o link de lá. Essa culpa, também tenho muita certeza, não é minha.

Em tempo, o nosso Twitter segue lá na ativa. Qualquer coisa, olhe aí em cima, do lado esquerdo.

É isso, leia, escute, e diz aí o que achou para a gente trocar ideia. Ou, não.

Abraço. Se cuide.

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