Mais que esporte: Cowboy de Aço deixa claro que estamos na mesma canoa. Um 2021 mais solidário, por favor

 

Opa, e aí? Como foi de Natal? Espero que tenha passado bem. Se não é do seu costume, que tenha sido um começo de feriado prolongado, de repente. Já adianto e mando um 2021 tudo de bom para você. Nem vou dizer que pior que 2020 é impossível porque acho que desde 2016 caio nessa. Melhor esperar…

O legal é que este fim de ano falei, quer dizer mais escutei, duas pessoas muito, muito bacanas, mesmo. Uma foi o Eduardo Kobra, que falou demais (se não leu, vai na boa, pode clicar aqui).

A outra foi o Cowboy de Aço, Fernando Rufino. Um dos melhores da canoagem paralímpica do Brasil. O sul-mato-grossense de 35 anos mandou os áudios para umas perguntas que fiz. Foi uma quarta-feira, dia 16. Para o jornal O Estado MS.

E, vou fazer questão de reproduzir as respostas, porque foi com emoção. “Rufino, acabei de escutar seus áudios. Rapaz, fiquei até meio emocionado. Torcemos juntos para que dê tudo certo no ano que vem. Obrigado mesmo pelas respostas. Abração”, foi o que respondi depois de escutar.

Daquelas pessoas que sai da sua região, mas a terrinha natal permanece no jeitão. Peão antes de sofrer os percalços da vida – e superar um por um - o paratleta nascido em Eldorado, interior de Mato Grosso do Sul, segue com seu estilo simples e direto para falar.

Foram três perguntas. E, as respostas transcederam e muito o esporte. “Por mais que tenha internet, whatsapp, comunicando com os parentes, acho que hoje o povo sentiu o que é o calor humano, o que é um abraço, você visitar o povo…”, é uma das frases que me pegou. Covid, isolamento, distanciamento social, vacina.

Fernando Rufino remou muito bem nas respostas. Vai ver, falou o óbvio. Nada de mais. E já é bastante. Hoje em dia, parece ser tão difícil enxergar as coisas mais simples da vida… Que negação.

Bora lá, ler o que o Cowboy tem para dizer.

1 - Qual o balanço que você faz de 2020 para a sua carreira?

Fernando Rufino - Este ano foi muito difícil, desde o começo. Um ano ímpar para todos os atletas paraolímpicos, para todo cidadão brasileiro. Foi uma surpresa, uma coisa que ninguém viveu e para nós, atletas, também foi uma surpresa muito grande.

Além das nossas dificuldades, nos nossos treinos, ainda tinha que se cuidar, tinha de ficar de quarentena. E nessa quarentena muita gente conseguiu criar novos métodos de trabalho em casa, ‘reinventemo’ em casa, ‘transformemo’ nossa casa praticamente em uma academia. O nosso centro de treinamento era a nossa casa, aonde a gente se cuidava. Acho que essa foi a realidade da minha carreira esse ano.

2 - O que espera de 2021 para a sua carreira?

Rufino - O que todos nós, atletas, esperamos, e a população: uma vacina. Um antídoto, uma vacina contra essa pandemia, essa doença, desse vírus, que acabe com ele.

E, para nós, atletas, também o controle emocional para a gente estar bem, treinando, a confiança de estar voltando aos treinos. Ficamos quase um ano sem competição, não sabemos dos nossos adversários, como estão. Até nós mesmos, o comportamento em uma competição.

Controle emocional, não digo assim... a gente tem a certeza, de que prolongou tudo, aumentou o treinamento, mas a gente via que o corpo não estava preparado para um treinamento tão longo desse. Vinha sempre uma ‘batida’, a cada quatro, cinco meses, (tinha) uma competição. Enfim, ficar 12, 15 meses, em média, para uma outra competição.

Então, esperamos o quê? A vacina, que venha um ano mais próspero, que a gente possa estar apto, livre, viajando pelo mundo, competindo, que a gente possa se aproximar dos nossos amigos sem nenhum medo de estar contaminado. Acho que é a grande preocupação das pessoas.

3 - O que espera do Brasil e do Mundo para 2021?

Rufino - Rapaz, acho que essa pergunta, é a pergunta do que a gente espera da humanidade, do Brasil, (o que) espera de nós mesmos. Que o Brasil tenha mais cuidado, que a população tenha mais cuidado. Que valorize mais um pouco o amor ao próximo, entendeu?! Que tenha uma valorização mais afetiva, um pelo outro.

Por mais que tenha internet, whatsapp, comunicando com os parentes, acho que hoje o povo sentiu o que é o calor humano, o que é um abraço, você visitar o povo… Acho que eu espero mais solidariedade no ser humano em si. Este vírus veio para todo mundo ver que todo mundo é igual, ninguém é melhor do que ninguém. Pegou do pobre ao rico, do novo ao velho, independente da sua classe social.

Ele (o virus) veio para conscientizar a população brasileira, o mundo, o planeta, para nós sermos mais solidários um com o outro. Família, amigos, pessoas civis no mundo aí. Isso que eu espero de 2021. Que o povo tenha mais fé em Deus.

- A entrevista na edição impressa do jornal O Estado MS foi publicada na edição de 20/21 de dezembro e pode ser acessado por meio do link https://oestadoms.websiteseguro.com/flip/


- Se quiser saber mais sobre o paratleta, esse material do Surto Olímpico é bem interessante. Fernando Rufino, o Cowboy, conta sua trajetória na Paracanoagem e fala do sonho paralímpico

https://www.surtoolimpico.com.br/2020/07/fernando-rufino-o-cowboy-conta-sua.html

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É isso. Feliz Ano Novo com os cuidados de sempre. Abraço, mesmo de longe.

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