A bola do Brasil anda murcha, murcha


E aí, beleza?! Mais ou menos, né?! E, quando acha que não tem como piorar, o dono da bola consegue fazer, novamente, o país passar vergonha. Não temos um dia de sossego.


Copa América. Fala a real, você nem sabia que ia ter isso. Ou, nem lembrava. Agora, deve puxar da memória algum conhecido que sofre ou sofreu com a pandemia.

Se a Argentina não quis, os colombianos tão pouco – certo, por outros motivos – qual o benefício para o “país do futebol” nesta altura do campeonato? Parece que não poderá ter público no estádio, assim, parte turística vai lucrar o quê? No campo da economia, a perspectiva é de um zero a zero contra nós. Compensa o risco?


Maior bola fora. Dizem que é para desviar a atenção do pessoal. Isso aí, pare de se preocupar com CPI, privatização, preço da gasosa, alimento caro, corte bilionário da verba na educação, “Eu banco a Copa América”.


Ué? e eu que achava que futebol deste tamanho era coisa privada… Sei lá, detonaram o governo que trouxe a Copa do Mundo, a Olimpíada, pois no fim foi bancado na maior parte com verba pública. Ai vem o, teoricamente, principal servidor público do país dizer que “sim, vai ter Copa”.


Que sensibilidade. Aproveita e faz uma promoção, um ingresso para cada família que chorou por causa da pandemia. Eita, foi mal, porque dei essa ideia? Vai que cola.


“Ah, mas teve Estadual, tem Eliminatórias, Brasileirão, Libertadores, Copa do Brasil, e ninguém acha ruim”. Ow, ninguém quem? Adoro esporte, muito mesmo, nem precisava dizer, eu acho.


Porém, jamais fiz sequer um post ou emiti uma opinião em defesa da volta dos jogos. Muito menos para ter torcida. Nem quando o vírus deu um respiro para voltar a surfar na segunda, terceira onda, e por aí vai. Aqui mesmo, no Drugstore Kishô, tem entrevista com especialista. Depois, se tiver a fim, dá um confere.


Outra coisa, Copa América demanda muito mais gente, estrutura. Grupos numerosos indo de lá para cá, em aeroporto, hotel, causa bem mais aglomeração. Um risco bem maior e, óbvio, desnecessário. 

Quando terminar este pesadelo, a Copa América, ainda vai ter uns a ruminar: “Tá vendo?! Não aconteceu nada de pior, fica aí só torcendo pro mal”. Olha o naipe. Como se fosse necessário dar essa baita sopa para o azar. Chama o VAR.


Deste modo, o outrora país do futuro permanece há pelo menos uns dois anos, firmemente e tristemente, como uma nação tragicômica aos olhos do mundo. Do sorriso sem graça. Isolado. Desolado. Quem sabe se, em agosto, tivessem aceitado conversar sobre vacina, hoje poderíamos ter até público no estádio.


A Eurocopa – grosseiramente comparando, a Copa América da Europa - vai liberar as bilheterias. No domingo, 30 de maio, nos EUA, as 500 milhas de Indianápolis, prova mais famosa do mundo junto com o GP de Mônaco, voltou a abrir suas portas ao público depois de correr 2020 com tudo fechado.

 Agora, com os States sob nova direção desde o começo deste ano, o controle do vírus melhorou demais. Assim, o lendário palco da Indy viu 135 mil pessoas aplaudirem a vitória do brasileiro Hélio Castroneves. Pois é, melhor nem comentar...



Copa América, ou Cepa América, ou Cova América. Futebol é um detalhe. Este jogo, o país já perdeu antes mesmo de entrar no gramado. Pense bem e se pergunte: no fundo, quem vai ganhar com isso de verdade? O dono da bola, o dono do campeonato e os donos dos campinhos, com certeza. Torço para que sejam derrotados no final.


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Lufadas de resiliência


Meu, que sabão a Luana Araújo passou nos tiozinhos negacionistas na CPI da COVID, hein?! Desculpa aí, mas Mandetta, Teich – dos outros nem vale a pena citar – peguem umas aulinhas de como estar pronto para quando o jogo é grande. Sem firulas desnecessárias, nem pressão em cima do juiz, só na bola. Passou verídico atestado aos “entendidos”, cloroquiners, e fura filas de plantão.


Sim, ainda há esperança. Quero crer nisso. Sábado foi muito, muito interessante. O pessoal foi Ninja. Já que é meio futebol isso aqui hoje, parafrasear Abel: Foi lindo, cara.


Pena que, os pesos pesados ficaram pianinho. Optaram pela opção “vamos deixar sangrar até a eleição”. Lados opostos, mesma tática, resultado igual: aquele torcedor da geral é quem sofre.

O Brasil não gosta de esporte, gosta de quem ganha, me disse uma vez um conhecidão e já aposentado atleta de MMA em uma entrevista. Em muitos casos, tenho de concordar. E, olha que nem sou fã deste tipo de luta.



E, é isso


Gostou da receita de hoje? Brigadão se chegou até aqui. Qualquer coisa, mande uma ideia, sugestão, e por aí vai. A trilha sonora enquanto escrevo é Casa Babylon, do Mano Negra. Petardo de 1994 de um pessoal francês que canta em espanhol, inglês, e, ás vezes, em francês. Sim, para quem não sabe e achou parecido os nomes, Manu Chao era o mais conhecido desta trupe. Vale muito a pena.



Abraço. Se cuida.



Ah, os links que embasaram esta receita


Estrutura (?) dos times preocupa infectologista na volta do futebol em MS

https://drugstorekisho.blogspot.com/2020/09/estrutura-dos-times-preocupa.html



Pfizer mandou dez emails para cobrar resposta do governo sobre oferta de vacinas

Ainda assim, a farmacêutica teve a oferta ignorada pelo Palácio do Planto

https://odia.ig.com.br/brasil/2021/05/6150167-pfizer-mandou-dez-emails-para-cobrar-resposta-do-governo-sobre-oferta-de-vacinas.html


Vacinação "lenta" no Brasil ameaça retomada e aumentará pobreza, diz OCDE

https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2021/05/31/vacinacao-lenta-no-brasil-ameaca-retomada-e-aumentara-pobreza-diz-ocde.htm?cmpid=copiaecola



Helio Castroneves vence 500 Milhas de Indianápolis com 135 mil torcedores

https://www.juruaonline.com.br/helio-castroneves-vence-500-milhas-de-indianapolis-com-135-mil-torcedores/


Luana Araújo: discussão sobre tratamento precoce é “anacrônica”

https://www.metropoles.com/brasil/politica-brasil/luana-araujo-discussao-sobre-tratamento-precoce-e-anacronica




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